7/01/2008

A derradeira machadada

Durante quase uma década Portugal teve oportunidade de controlar a praga do nemátodo que atingiu, inicialmente, apenas a penísnula de Setúbal. A gravidade da situação de uma doença de rápida propagação e grau de letalidade aconselhava medidas de fundo, que passava não apenas por restringir ao máximo a saída de madeira de pinho da zona afectada como uma intervenção radical (corte completo das árvores) para evitar a todo o custo que se propagasse para o «coração» do pinhal português na zona centro.
Porém, andou-se a brincar com o fogo. As medidas foram sendo tomadas a conta-gotas, corta aqui, corta ali, aumenta área de perímetro de segurança para ali, agora para ali, até se chegar ao estado actual de se encontrarem já vários focos de infecção na zona centro a cerca de duas centenas de quilómetros da zona inicial. Falhou-se e falhou-se rotundamente. Não haverá, obviamente, responsáveis.
Mas preparem-se todos para o fim económico do pinhal português. Será lento mas será pior do que os incêndios. E quem julgar que estou a exagerar visite então a zona litoral na envolvento de Pinheiro da Cruz para constatar em que estado ficam os pinhais.

2 comentários:

Kurika disse...

O "Grande Pinhal Interior" é um desastre paisagístico e ecológico.
O seu fim deveria ser considerada uma oportunidade. O ideal seria (também) a "emergência" de um nemátodo do eucalipto...

Carlos de Matos disse...

Ola,

Kurika, penso que o risco de perder os pinhais é sério e alem da paisagem é uma riqueza portuguesa.

artigo françês sobre o risco
http://tempsreel.nouvelobs.com/depeches/international/europe/20080817.FAP0917/la_maladie_du_pin_devaste_les_pinedes_du_portugal.html


Penso que as autoridades portuguesas não estão a levar a sério esse problema, pior que o fogo que pode arruinar uma vez por todas a industria madeireira e da cellulose.

@té breve