8/28/2007

Breves apontamentos

Em quase duas semanas sem escrita, muita coisa se tem passado. Apenas uns breves apontamentos:

1 - A acção do Verde Eufémia acabou por ter efeitos contraproducentes para os opositores dos transgénicos. Não pelos métodos - que acarretam riscos, mas não comungo que seja ecoterrorismo, porque a Greenpeace, por exemplo, tem acções muito mais «violentas» e com efeitos relevantes - pela forma encenada como se realizou, mais ainda porque quis apoiar-se em demasia na comunicação social, saindo-lhes o tiro pela culatra. Além disso, como era um grupo maioritariamente de jovens, perdeu algum élan. Por outro lado, o modo cordato como foram tratados pela GNR - muito diferente da célebre acção de arranque de eucaliptos em Valpaços em 1989, em que houve uma carga policial violentíssima - também não os ajudou.

2 - Este Verão não poderia ser mais favorável para não existirem incêndios florestais. Conseguiu-se um período mais ameno do que o de 2006, pois praticamente não passa mais de uma semana sem haver chuva. Mesmo assim alguns incêndios no Alentejo mostram que esta região continua numa tendência bastante grave.

3 - Como em outros anos, um pequeno incêndio na Grande Lisboa vale mais do que um incêndio devastador no interior do país. Na semana passada, em Sintra, que queimou cerca de 200 hectares, teve honras de ter a presença de um governante. Folclore...

4 - Os recentes e calamitosos incêndios na Grécia são um sério aviso para Portugal, se é que precisávamos. Desde 2001, a área ardida naquele país não ultrapassava os 15 mil hectares por ano, em certa medida fruto de algumas medidas de reformulação no combate. Mas em circunstâncias particularmente gravosas do ponto de vista meteorológico, tudo arde se a gestão não for cuidada. Mas garanto que se tivéssemos incêndios em Portugal com ventos de 70 quilómetros por hora, o cenário seria idêntico - ou até pior.

5 - Fui fazer uma reportagem a Tróia para a NS, que sairá no próximo sábado. Um novo Algarve vai nascer no litoral de Grândola,não apenas por via dos projectos da Sonae, mas sobretudo por tudo o que está a ser projectado e a ser iniciado. Mais baixo, é certo, mas não muito diferente em termos de densidade de betão.

8/16/2007

Uma praia de selvagens

Publiquei aqui no Reportagens Ambientais uma pequena reportagem sobre a Praia do Amado, em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina: que poderia ser uma bela praia selvagem, mas que se transformou numa bela praia de selvagens. Por causa, enfim, do desleixo e da incúria do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade.

Nota: Quem leu o artigo da NS do passado sábado, talvez se tenha apercebido de um irritante erro. Em algumas passagens, em vez de escrever Aljezur (concelho da praia) saiu Aljustrel (que fica no distrito de Beja e nem sequer tem praia). Acontece...

Porcos há muitos

No meio da sórdida porcalhice das suiniculturas de Leiria, finalmente uma boa notícia: dois «empresários» foram detidos por dseobediência às exigência da inspecção ambiental. É certo que deveriam antes ser detidos por andarem a emporcalhar este país, mas haver já uma medida que doe na pele de quem polui é um grande avanço. Insuficiente, mas positivo.

Bombeiros de betão

O novo Regime Jurídico das Associações Humanitárias de Bombeiros permitem que as organizações de bombeiros possam desenvolver outras actividades, nomeadamente de cariz económico, desde que apliquem as receitas no seu objectivo primordial: o seu corpo de bombeiros.

Como eu só vejo uma forma fácil de desenvolver actividades de cariz económico que seja fácil e que, dentro do contexto local em que os bombeiros são sempre muito acarinhados pelas autarquia, já imagino a quantidade de projectos imobiliários que vão começar a surgir um pouco por todo o lado, patrocinadas pelas associações de bombeiros. Vão ver se me engano...

8/09/2007

Festejemos ou esperemos?

Cinco mil hectares de área ardida até finais de Julho. Motivos para confraternizar? É, de facto, um valor muito, muito baixo, mas talvez ainda seja um pouco cedo: afinal, mais uma vez o São Pedro tem sido bondoso num Verão, com temperaturas amenas e chuva que vai caindo sem deixar que, até agora, decorressem duas semanas contínuas sem precipitação.

A CP no seu pior

Decididamente, a CP não tem jeito nenhum para gerir os caminhos de ferro em Portugal. No passado sábado, desejava ir de comboio para o Algarve. Seria, da minha parte, uma escolha ecológica, uma vez que para o serviço que me estava destinado tinha deslocação no Algarve e, de regresso para Lisboa, viria de boleia.

Porém, quando cheguei à estação de Entrecampos, às 10 da manhã, fui surpreendido com o facto de todos os lugares do Intercidades das 10:30 horas estarem esgotados desde as 7 horas da manhã. Na altura em que estava na fila, muitos foram os potenciais viajantes que bateram com o «nariz na porta».

A «coisa» não me transtornou em demasia - apenas perdi tempo -, pois optei por ir no meu carro particular, sendo que os gastos me serão ressarcidos.

Mas, porém, umas questões me assolam: será que a CP não consegue reforçar a oferta para um fim-de-semana de Agosto numa linha que quase não tem movimentação. Ou será que interessa aos senhores da CP não terem trabalho algum e inconfessadamente anseiam que todos os seus clientes fujam dos seus serviços?

Por mim, vos digo: começo a ficar farto da CP...