2/19/2010

Eis que, quando menos se espera...

Este blog, pela frequência de posts dos últimos meses - e particularmente do início deste ano - , tem sido o reflexo do meu estado de alma em matéria de ambiente. Leio, ouço, mas não me apetece comentar. O país deprime-me, o estrago da Nação é cada vez mais uma evidência. Também por motivos de «ossos do ofício», tenho cada vez escrito menos em jornais e revistas. Tenho outras ocupações, outros gostos - a escrita de romances e de ensaios de cariz nada ambiental - que me têm levado a estar cada vez mais afastado destas andanças do ambiente.

Longe vai o tempo em que me sentia um certo «guerreiro», e depois de tanto levar «tiros», alguns (os mais cruéis) de suposto «fogo amigo» (os mais traiçoeiros), estava longe de imaginar que, afinal, ainda há quem se lembra de mim, daquilo que fiz (e eu daquilo que poderia ter feito...).

Serve isto para dizer que, com grande surpresa, me vejo nomeado para a categoria Comunicação do Prémio Rock in Rio Atitude Sustentável. Vale aquilo que vale, mas esta nomeação (o Ricardo Garcia e a Lurdes Ferreira, ambos do Público, são os outros nomeados) não é de todo merecida à luz daquilo que tenho feito na imprensa sobretudo nos últimos três anos. Não foi por opção voluntária, antes tão-só por as portas se terem fechado ou a vida de jornalista freelancer andar pela hora da morte; e, portanto, tive que me fazer à vida...

Não vejam isto um lamento, pelo contrário. Há males que vêm por bem. Sem esta minha «crise» jornalística, jamais me poderia dedicar, como tenho dedicado, à escrita de romances. E, por maioria de razão, não poderia estar na situação invulgar de, neste preciso momento, ser «finalista» de «galardões» em duas áreas tão distintas: ambiente e literatura (neste último caso, para o Prémio Literário Casino da Póvoa, com o meu romance A Mão Esquerda de Deus).

P.S. Já agora, em Abril, sairá novo romance: A Corja Maldita (e não, não é sobre os nossos políticos, mas poderia ser...).

2 comentários:

GDG disse...

Caro Pedro, comento com atraso este post porque desconhecia que o magnífico livro tinha deixado descendência sob a forma de blog.
E faço-o apenas para contrariar a ideia de falta de mérito na nomeação em causa.
No tal país abjecto e amorfo, todas as expressões de coragem (como a de afrontar o status quo de bandalheira, corrupção e incúria através da simples constatação da verdade) merecem incentivo. Revejo-me completamente no seu post.
Sei que é nulo consolo para as feridas que refere, mas sendo verdade que há "fogo amigo", também há "amizade desconhecida", por parte de quem admira e valoriza o trabalho por si desenvolvido. Obrigado pela inspiração e força para os desafios que se seguem.

Mariphan disse...

obrigado por compartilhar estas palavras acima
Phnom penh travel