6/25/2008

Neoliberalismo socialista e barragens

Vital Moreira, no Causa Nossa, no post Antologia do dislate político, passa um atestado de irresponsável e de demagogo a um comentador da SIC (que identica de direita... esta mania de se ser maníqueista) por criticar o plano das barragens hidroeléctricas.

Para isso, advoga este constitucionalista (e grande ideólogo da nova visão socialista do Governo) que, para além do seu «mérito intrínseco» e de baixarem a dependência energética do país, as barragens «são um excelente negócio para as finanças públicas, pois não só não custam um cêntimo aos contribuintes como ainda por cima rendem ao Estado muitos milhões de euros à cabeça, por cada concessão».

Passando por cima dos mérito intrínseco - Vital Moreira remete para a página do Governo -, convém dizer duas coisas:

a) a dependência energética somente marginalmente diminui com a produção hidroeléctrica, porque a electricidade apenas representa 20% da energia consumida no país e os consumos de electricidade têm estado a aumentar, pelo que não se tem verificado uma diminuição das importações de combustíveis fósseis. A dependência diminui-se consumindo menos - ou consumindo melhor, o que pode ser feito produzindo mais.

b)as barragens custam dinheiro aos contribuintes, ao contrário do que diz Vital Moreira - basta ver o que os sucessivos Governos têm gasto, e irão gastar, com os fenómenos de erosão costeira. E nem vale a pena referir outras questões ambientais, que também custam dinheiro aos contribuintes. Mas, além disso, as barragens custam aos consumidores de electricidade. Ou será que a electricidade produzida por essas barragens será de borla? Não pagarão os consumidores, através da tarifa, os investimentos as empresas promotoras das barragens?

c)sobre o rendimento do Estado das concessões, é uma visão, no mínimo, neoliberal. Ou seja, tudo é bom para o Estado se com isso ganhar dinheiro. Na mesma linha, os famigerados PIN também são bons porque são bons para o Estado.

3 comentários:

João Vaz disse...

Concordo com a substância do texto de Pedro V. de Almeida. Vital Moreira está mal informado.
Penso contudo que a crítica se deverá centrar sobre as políticas e não sobre as pessoas. Alguma cordialidade....

Um Patriota disse...

Sim o texto está optimo e digo mais... está correctissimo até na apreciação que faz a esse anti-português Vital Moreira que tão mal tem feito ao país por estar por detrás da criação de leis para se adquarem melhor ao roubo descarado praticado pelos seus amigos maçons, loobi do qual faz parte e do qual usufrui uma boa fatia do bolo, sem que alguém lhe ponha cobro.

Ricardo S. Coelho disse...

De facto, as barragens são caríssimas para os portugueses. Não conheço estimativas mas seria interessante ver quanto estamos a pagar para termos os nossos rios destruídos pelas barragens. Neste momento não tenho grandes dúvidas de que estes empreendimentos não sobreviveriam a uma análise custo-benefício.