Mais um ano que termina, muito negro para o ambiente. Regressou-se aos piores tempos dos anos 80 em que o ambiente e o ordenamento são vistos como empecilhos, tudo se arrasando em prol de um emprego fictício que mais não é do que a criação de mais-valias para uns quantos empresários que dilapidam o bem público. Estamos agora pior do que naquela época, porque já não se vislumbra no seio do poder político qualquer reacção de um ténue contra-poderm «um» Ribeiro Telles ou um «Carlos Pimenta». Todos os políticos com responsabilidades na política de ambiente e ordenamento do território tornaram-se cinzentos, como se o apagamento voluntário dos seus próprios neurónios se justificasse para apenas manter o estatuto de secretários de Estado ou de ministro do Ambiente de um governo paradoxal e ironicamente liderado por um antigo ministro do Ambiente. É, na minha opinião, o governo mais anti-ambiental que se possa imaginar, que vai destruindo com um sorriso nos lábios e com palavras de hipocrisia. São os tempos que vivemos.
Depois de muitas ameaças, este governo - e particularmente a sua acção nos últimos dois anos - deu cabo de todos os pilares da política ambiental do país: a REN foi desvirtuada (transformando-se em pólos de especulação que deveriam ser casos de polícia), os PDM são apenas papéis que se reciclam à vontade das conveniências, a participação pública uma farsa, e tudo o resto que mexe com ambiente está estagnado ou rodeado de um pântano nauseabundo. Não há política de conservação da Natureza, os rios continuam lastimosos, o desperdício de energia aumentam, o «estradismo» e a «betonização» reganharam forças, etc., etc., etc..
A crise económica e financeira não explicam tudo. Aliás, não explicam nada, porque a crise ambiental em Portugal é sobretudo uma crise de valores.
Nota: O Estrago da Nação faz neste primeiro de Janeiro de 2009, cinco anos de existência. Eu sei que sobretudo no ano de 2008 tenho estado muito distanciado. Razões várias: a escrita do novo romance (a ser publicado no próximo mês de Fevereiro) e desânimo de ver o estrago a piorar...
Depois de muitas ameaças, este governo - e particularmente a sua acção nos últimos dois anos - deu cabo de todos os pilares da política ambiental do país: a REN foi desvirtuada (transformando-se em pólos de especulação que deveriam ser casos de polícia), os PDM são apenas papéis que se reciclam à vontade das conveniências, a participação pública uma farsa, e tudo o resto que mexe com ambiente está estagnado ou rodeado de um pântano nauseabundo. Não há política de conservação da Natureza, os rios continuam lastimosos, o desperdício de energia aumentam, o «estradismo» e a «betonização» reganharam forças, etc., etc., etc..
A crise económica e financeira não explicam tudo. Aliás, não explicam nada, porque a crise ambiental em Portugal é sobretudo uma crise de valores.
Nota: O Estrago da Nação faz neste primeiro de Janeiro de 2009, cinco anos de existência. Eu sei que sobretudo no ano de 2008 tenho estado muito distanciado. Razões várias: a escrita do novo romance (a ser publicado no próximo mês de Fevereiro) e desânimo de ver o estrago a piorar...