1/27/2008

Rankings há muitos

A Universidade norte-americana de Yale divulgou na semana passada um índice de desempenho ambiental a nível mundial que colocou Portugal num honroso 18º lugar, à frente de países como os Estados Unidos, Japão e Dinamarca. Parece motivo de orgulho, mas apenas se olharmos para o ranking e não para a forma como os resultados surgem.

Num olhar atento surpreende algum dos resultados parcelares obtidos por Portugal. Saber que o país que tem os mais elevados graus de destruição da floresta provocada pelos incêndios apresenta um índice 100 no parâmetro da floresta é surpreendente. Ver que um país onde mais de 10% da população ainda não tem água canalizada em casa, que possui vastas áreas do país com gravíssimos problemas de qualidade bacteriológica da água e tem pouco mais de 60% dos esgotos tratados apresenta neste estudo da Universidade de Yale índices 100 nos critérios da qualidade sanitária e da água potável dá vontade de sorrir. E podia continuar por aí.

Os únicos critérios em que aparentemente a Universidade de Yale consegui obter dados exactos são exactamente nos critérios da conservação da natureza. No caso da protecção das áreas marinhas, Portugal obteve um valor de 1 em 100; no índice de conservação efectiva apenas teve 7,1 em 100 e no índice de risco de conservação teve 26,7 em 100.

Em suma, esta classificação é apenas virtual e representa pouco ou nada sobre a realidade nacional.

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