No editorial do DN, João Marcelino orgulha-se da evolução muito favorável da taxa de mortalidade infantil, destacando que «em 1979, com uma população bem menor do que a actual, morriam neste país 8000 crianças antes de cumprirem um ano de vida; hoje, morrem 320». Se o valor mais recente está correcto e é um facto que Portugal teve uma evolução nas últimas décadas que o encostam aos melhores países - na generalidade, os países desenvolvidos -, não é preciso exagerar. Em 1979, a taxa de mortalidade infantil rondava os 40 óbitos até ao ano de idade por mil nascimentos, o que então nascendo cerca de 100 mil crianças dará 4.000 óbitos - e não o dobro como o indicado (vd. aqui um relatório do INE).
Mas se é uma evidência que houve a este nível uma evolução muito favorável - que, em certa medida, se deve mais à evolução médica global e, não sendo irrelevante, á possibilidade de se realizarem abortos por malformações congénitas detectadas durante a gravidez -, há uma questão essencial a colocar. Se na assistência médica dos recém-nascidos e até aos cinco anos de idade, Portugal apresenta dos melhores resultados a nível mundial, por que razão então apenas ocupamos um pouco prestigiante 32º lugar a nível mundial em termos de taxa de sobrevivência em idade adulta? Com efeito, tendo em conta que segundo o último relatório da Organização Mundial de Saúde a probabilidade de se morrer entre os 15 e os 65 anos é de 9,3%, há então ainda um longo caminho a percorrer em termos de cuidados de saúde para ombrearmos com os outros países desenvolvidos. A menos que a táctica do Estado português seja salvar o máximo de futuros contribuintes, mas evitando simultaneamente que haja muitos reformados, ou seja, que se chegue a idoso.
Adenda: N'As Escolhas do Beijokense explora-se ainda melhor o erro de análise estatístico de João Marcelino no editorial em relação à taxa de mortalidade infantil. Eu tinha a percepção de que, apesar de ter então uma menor população, havia mais nascimentos nos anos 70 do que actualmente (e isso altera as contas da taxa de mortalidade infantil). Por preguiça, não foi escapelizar esses dados, porque eram apenas pormenores. Mas, no blog acima referido, apresentam-se esses dados. Ora, em 1979, este índice era de 26 por mil, uma vez que nasceram 160 mil crianças e faleceram um pouco menos de 4.200. Aliás, se o número de nascimento em 2007 (últimos dados) tivessem sido semelhantes a 1979, e assumindo a taxa de mortalidade infantil de 2007, teriam morrido 552 crianças com menos de um ano, em vez das 353 verificadas.
Mas se é uma evidência que houve a este nível uma evolução muito favorável - que, em certa medida, se deve mais à evolução médica global e, não sendo irrelevante, á possibilidade de se realizarem abortos por malformações congénitas detectadas durante a gravidez -, há uma questão essencial a colocar. Se na assistência médica dos recém-nascidos e até aos cinco anos de idade, Portugal apresenta dos melhores resultados a nível mundial, por que razão então apenas ocupamos um pouco prestigiante 32º lugar a nível mundial em termos de taxa de sobrevivência em idade adulta? Com efeito, tendo em conta que segundo o último relatório da Organização Mundial de Saúde a probabilidade de se morrer entre os 15 e os 65 anos é de 9,3%, há então ainda um longo caminho a percorrer em termos de cuidados de saúde para ombrearmos com os outros países desenvolvidos. A menos que a táctica do Estado português seja salvar o máximo de futuros contribuintes, mas evitando simultaneamente que haja muitos reformados, ou seja, que se chegue a idoso.
Adenda: N'As Escolhas do Beijokense explora-se ainda melhor o erro de análise estatístico de João Marcelino no editorial em relação à taxa de mortalidade infantil. Eu tinha a percepção de que, apesar de ter então uma menor população, havia mais nascimentos nos anos 70 do que actualmente (e isso altera as contas da taxa de mortalidade infantil). Por preguiça, não foi escapelizar esses dados, porque eram apenas pormenores. Mas, no blog acima referido, apresentam-se esses dados. Ora, em 1979, este índice era de 26 por mil, uma vez que nasceram 160 mil crianças e faleceram um pouco menos de 4.200. Aliás, se o número de nascimento em 2007 (últimos dados) tivessem sido semelhantes a 1979, e assumindo a taxa de mortalidade infantil de 2007, teriam morrido 552 crianças com menos de um ano, em vez das 353 verificadas.
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