A forma espampanante como tem sido anunciado o centro de recuperação de linces em Silves atingeíu agora o seu auge com o anúncio de que um dos animais que vem de Espanha se chamará Fado. Triste fado este, o nosso, quando se pensa que por se ter disponibilizado uma área de seis hectares e meia dúzia de técnicos para ter linces em cativeiro já constitui, como diz o secretário de Estado do Ambiente, uma «marca histórica na conservação da natureza em Portugal». Na verdade, é um pequeníssimo passo até porque não estou a ver que o Governo, com esta política de conservação da Natureza, esteja disposta a garantir a recuperação de habitats naturais para linces - alguns curiosamente destruídos com a construção da barragem de Odelouca, ironicamente o empreendimento que indirectamente permitiu a criação deste centro. Temo, aliás, que o destino deste centro seja transformar-se num mero jardim zoológico de linces. E a bem dos linces como o Fado.
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