12/22/2004

Farpas Verdes CXXVIII

O adiamento de uma conferência de imprensa de um ministro por proibição expressa do primeiro-ministro é, em si mesmo, patético e demonstrativo da descoordenação de um Governo. Mas o adiamento do anúncio do abandono do projecto de construção de uma incineradora de lixos urbanos na região Centro não é patética; é sim escandalosa pelos motivos em causa.

Há mais de um ano que autarcas, administradores da ERSUC e alguns governantes (entre os quais indico o actual secretário de Estado do Planeamento, o tristemente célebre José Eduardo Martins) tudo têm feito para que se gaste 200 milhões de euros numa central de incineração. Alternativas existem e são conhecidas e testadas com sucesso noutros países. São mais baratas, mais amigas do ambiente, mais aceitáveis pelas populações, além de que, espaço para localizações naquela região existem.

Os motivos para chumbar esta central são tantos que insistir na sua aprovação - ainda por cima, da forma despudorada como se faz - somente pode ter por base interesses pessoais, económicos. Qualquer coisa que, quando se concretiza, juridicamente se denomina de corrupção.

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