12/30/2004

Farpas Verdes CXXXI

Ainda sobre o acordo do MPT com o PSD, lendo-o com detalhe e ainda por troca de ideias com outras pessoas, mais motivos tenho para lamentar este concubinato. O motivo principal para que o MPT aderisse a este acordo tem como base uma simples questão de merceeiro: sem esta benesse, o partido extinguir-se-ia por razões financeiras. Resultado: venda-se a alma ao diabo. Ninguém gosta deste tipo de esquemas e sinceramente acredito que muitos dos poucos eleitores que votaram noutras eleições no MPT, os penalizarão. O MPT apenas não se importa de lhe prolongarem a vida, mesmo que esteja em agonia e sem possibilidades de se manter após o fim deste casamento malparido.

Por outro lado, a alegada independência dos futuros deputados do MPT é uma falácia completa. Na verdade, na prática eles terão que votar sempre em linha com o PSD, excepto em matérias de consciência; de resto, mesmo que estejamos perante questões políticas de índole ambiental em que o PSD mostre uma atitude contrária ao pensamento do MPT, os seus deputados terão de estar em sintonia, a menos que aleguem «objecção de consciência». Ora, um partido que se norteia pela consciência, não tem estrutura. Em suma, não existe.

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