9/06/2007

Notas florestais

Os últimos dois Verões foram uma benesse dos Céus que, fazendo chover, nos deram um tempo-extra para passar a gerir melhor a floresta e a remodelar a forma de combate aos fogos florestais. No entanto, como arde pouco, vive-se na ilusão de que houve melhoria, como se a causa principal não fosse simplesmente a chuva. Na verdade, continua-se, no substancial, com os mesmíssimos problemas dos anos anteriores.

Se durante a próxima semana não chover, asseguro que vai arder um pedaço, sobretudo - ou apenas por isso - por não chover há mais de uma semana, o que tem sido coisa rara neste Verão.

Nota final em relação às declarações de um responsável da Autoridade Nacional de Protecção Civil, queixando-se de muitos incêndios nocturnos. Eu não tenho muitos elementos, mas parece-me claro ser normal que, num ano de muito poucos incêndios (por causa da meteorologia), a percentagem de incêndios nocturnos possa ser substancialmente mais elevada, por a sua origem ser, quase na totalidade, criminosa - e o criminoso «incentiva» sempre mais uma ignição do que alguém que provoca um fogo por negligência.

Porém, a ANPC não devia andar-se a queixar nem destacar esse aspecto. Dever-se-ia sim reforçar-se a vigilância nocturna. Falar por falar, apenas dá um sorriso de satisfação aos incendiários com insónias.

P.S. Nem de propósito, neste momento que escrevo está quatro fogos activos, todos com início após a meia noite, e todos a lavrar em mato. Não é preciso ser polícia para saber que estamos perante as «habituais» queimadas para pastoreio...

1 comentário:

Anónimo disse...

rNão podemos, nem devemos meter todos os pastores no mesmo saco. Eu sou pastor e não ando a deitar fogo para renovar as pastagens, mas concordo que há pastores que o fazem, talvez por vício ou ignorância.