9/02/2007

A União Europeia já não é o que era...

Durante anos, a União Europeia esteve na vanguarda na conservação da natureza impondo um conjunto de legislação e de medidas activas. A obrigatoriedade de delimitar áreas de interesse ecológico com valor europeu - ZPEs e Rede Natura - foram assim o corolário dessa estratégia. Porém, depois de vários comissários de ambiente - e sobretudo de Margot Wallstrom - com um cunho mais nórdico, a actual Comissão Barroso tem dado mostras de fraca sensibilidade nestas questões.

Por isso, no caso português, começam a suceder-se os casos de empreendimentos em plena Rede Natura sem que coloquem, por parte da Comissão Europeia, quaisquer entraves, «exigindo» apenas medidas de minimização ambiental que, no caso português, são de duvidosa aplicabilidade e sucesso. Por agora, já contam duas barragens em Rede Natura (que implicam destruição pura e simples das áreas inundadas e afectação relevante em outras), sabendo-se que não eram projectos essenciais. No caso da barragem de Odelouca, no Algarve, a sua construção apenas permite caminhar-se ainda mais para o caos (até em termos de ordenamento) e no caso da barragem do Sabor pouca importância terá em termos de redução das emissões de dióxido de carbono, tanto mais que, tal como noutros projectos energéticos ditos ambientais, este também não vai implicar qualquer substituição de centrais térmicas.

1 comentário:

A Comunidade disse...

"Destruição pura das áreas inundadas"
Seria possível substituir/adicionar o seguinte: "com a respectiva criação de novos habitats e ecossistemas".

Concordo que a construção de barargens temn pouco significado em termnos de CO2. Se foisse essa a única questão seria um dos primeiros a dizer: abaixo as barragens.