«Entre o lince e as pessoas, ainda prefiro as pessoas», declarou ontem Nunes Correira, ministro do Ambiente, a pretexto da alteração do traçado da linha de muito alta tensão entre Portimão e Tunes.
Estas declarações de Nunes Correia são óptimas do ponto de vista do senso comum (mas, que raio!, alguém de bom senso colocou alguma vez, os linces à frente das pessoas?), mas desastrosas para um governante da área ambiental. Nunes Correia mostrou-se assim um «conservador» que opta pela solução mais fácil, mais populista... a pior!
Porque, na verdade, um ministro do Ambiente não pode justificar o sacrifício de uma zona natural apenas porque as pessoas estão à frente e seguir
para a sua vidinha. Ele é ministro do Ambiente, e pagam-lhe, para preferir as pessoas, mas de todas as gerações, e sobretudo para conseguir compatilibilizar esses interesses colectivos com os valores naturais. E não me digam que é impossível proteger as pessoas da linha de alta tensão sem afectar um habitat - tudo é possível, é uma questão de custo, mas isso mostra a atitude de um Governo. Olhe-se para aquilo que Espanha tem feito - e proibido fazer - para
proteger os linces.
Aliás, se hoje o lince ibérico (eu já lhe chamo lince espanhol) está em pré-extinção em Portugal (eu diria extinto) é porque outros, como ele, tiveram exactamente a mesma postura de Nunes Correia. Veja-se a auto-estrada do Sul, veja-se a barragem de Odelouca, veja-se o abandono a que está votada a serra de Monchique (palco de incêndios devastadores) e conclua-se que somente por milagre se poderia esperar encontrar agora linces.
Pessoalmente, tenho pena dos linces espanhóis que, ao abrigo de um protocolo ibérico, virão de Espanha para um suposto repovoamente em Portugal. Vão morrer todos, porque o ministro do Ambiente prefere as pessoas e, na sua mentalidade, isso significa borrifar-se para os linces, o que será morte certa para aqueles desgraçados.
Estas declarações de Nunes Correia são óptimas do ponto de vista do senso comum (mas, que raio!, alguém de bom senso colocou alguma vez, os linces à frente das pessoas?), mas desastrosas para um governante da área ambiental. Nunes Correia mostrou-se assim um «conservador» que opta pela solução mais fácil, mais populista... a pior!
Porque, na verdade, um ministro do Ambiente não pode justificar o sacrifício de uma zona natural apenas porque as pessoas estão à frente e seguir
para a sua vidinha. Ele é ministro do Ambiente, e pagam-lhe, para preferir as pessoas, mas de todas as gerações, e sobretudo para conseguir compatilibilizar esses interesses colectivos com os valores naturais. E não me digam que é impossível proteger as pessoas da linha de alta tensão sem afectar um habitat - tudo é possível, é uma questão de custo, mas isso mostra a atitude de um Governo. Olhe-se para aquilo que Espanha tem feito - e proibido fazer - para
proteger os linces.
Aliás, se hoje o lince ibérico (eu já lhe chamo lince espanhol) está em pré-extinção em Portugal (eu diria extinto) é porque outros, como ele, tiveram exactamente a mesma postura de Nunes Correia. Veja-se a auto-estrada do Sul, veja-se a barragem de Odelouca, veja-se o abandono a que está votada a serra de Monchique (palco de incêndios devastadores) e conclua-se que somente por milagre se poderia esperar encontrar agora linces.
Pessoalmente, tenho pena dos linces espanhóis que, ao abrigo de um protocolo ibérico, virão de Espanha para um suposto repovoamente em Portugal. Vão morrer todos, porque o ministro do Ambiente prefere as pessoas e, na sua mentalidade, isso significa borrifar-se para os linces, o que será morte certa para aqueles desgraçados.
4 comentários:
Mais do que a substância, arrepiou-me o argumento. Aqui na Serra da Estrela, o presidente da Câmara da Covilhã bloqueou a demolição de umas casinhas de férias ilegais nas Penhas da Saúde (trata-se do "bairro de lata"), com o mesmo argumento: "Antes das florinhas estão as pessoas" (sic). Quando eles (isto já devia ser arrepiante para o ministro, haver um "eles" que o inclui a ele e ao autarca covilhanense) dizem que antes do lince (ou das florinhas) estão as pessoas, o que eu entendo é que antes das pessoas que querem ver o ambiente protegido, estão outras pessoas para quem isso não é tão importante.
Que seja o ministro do ambiente a colocar as coisas assim é triste.
José Amoreira
Ministros do Ambiente em Portugal???!!! há muitos anos que em Portugal não vejo alguém que mereça a posiçao que ocupa nesse posto... acho que nem nunca houve nenhum verdadeiro ministro do ambiente, para além de se estarem a burrifar para a conservação da Natureza, deixando-se levar por lógicas economicistas, nem sequer em termos de Curriculum o deveriam ser... normalmente escolhem engenheiros civis, advogados e outros que tais para uma posição de "Ministro do Ambiente"!!!!!
Sem querer referir-me aos anteriores ministros do ambiente, este actual só lá está a fazer figura de corpo presente porque as suas decisões e declarações são invariavelmente desconcertantes. Poderia falar de desilusão mas não seria correcto já que o ministério do ambiente está, desde há longos anos, abandonado e entregue às mãos de pessoas que apenas se limitam a mantê-lo vivo sem qualquer chama ou determinação para decidir em defesa dos seus interesses naturais. Mas este ministro ainda assim merece uma palavra mais: é mesmo desajeitado para a coisa e tristemente ostensivo nessa sua condição. É pena para o restará para as próximas gerações...
acho que estão a ser injustos com o ministro do ambiente... ele afinal só está a defender os interesses do lince ibérico, ou não? este programa de repovoamento é uma autêntica anedota, por isso este passo atrás. esta deve ser uma das melhores decisões do senhor (talvez a única acertada)... não sacrificar os linces "espanhóis" que tão bem estão em doñana.
parabéns pelo blog!
1 abraço,
helder ribeiro
http://trilhosemarcas.blogspot.com
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