12/23/2005

Farpas Verdes CDXLI

A vergonha, decididamente, é uma expressão que não consta do léxico governamental. O argumento de José Sócrates para a aprovação da barragem do Baixo Sabor - quando o então porta-voz socialista na oposição e actual ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, estava contra no ano passado por esta obra ser «claramente contra o ambiente» - é tão esfarrapado que nem merece comentários. Claro está que a União Europeia não vai achar grande piada a esta decisão e vem aí, por certo, um processo judicial. Mas o grande problema é que a acção de Bruxelas acabará por ser duplamente penalizadora para os contribuintes portugueses: primeiro, porque, na verdade, não poderá proibir a construção, quanto muito não fornece apoios financeiros (e acabaremos nós por pagar as obras todas), e segundo, poderá vir a aplicar multas ao Estado português, o que significa que quem pagará são sempre os contribuintes (ou seja, nós).

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