12/05/2005

Farpas Verdes CDXXXVI

O Tribunal de Contas anunciou hoje que numa análise à CP que a empresa ferroviária está em falência técnica. Não me admira, porque jamais uma empresa de transportes públicos que desincentiva o seu uso pode dar lucro. Vejam os horários dos percursos que não sejam os da Linha do Norte. Vejam os preços dos bilhetes das viagens... mais caros do que os do transporte rodoviário.

Há cerca de uma semana tive uma experiência (má) com a CP que irritaria qualquer um. Decidi viajar de comboio até Pombal, a partir de Lisboa, e optei por comprar o bilhete através da Internet, beneficiando de um desconto de 10%. Por vicissitudes várias (entre as quais uma viagem de metro entre a Baixa e a Gare do Oriente demorar 35 minutos...) perdi o comboio. Numa situação normal, ou seja, comprando o bilhete na estação, poderia ter trocado o bilhete. Mas como o bilhete fora adquirido na Internet, não podia, disseram-me. Tinha que comprar outro! Reclamei na bilheteira; reclamei no gabinete de apoio ao cliente. Foi uma discussão linguística. Eles diziam que o bilhete comprado na Internet não era revalidável - ou seja, trocar ou anular. Eu dizia-lhes que entendia revalidável era no sentido de que não necessitava de ir à bilheteira com a impressão do bilhete feita através da Internet. Acrescentei que, em caso de não se poder fazer troca de comboio (o que num bilhete normal se pode fazer), quanto muito deveriam escrever que o bilhete não era sujeito a convalidação.

Nada disto surtiu efeito. «Aconselharam-me» que comprasse outro bilhete e depois reclamasse para a administração da CP. Irritado com este tratamento, optei por entrar no comboio... com o bilhete comprado na Internet. Felizmente, o revisor teve o bom senso de não me multar. Mas irritado com a CP, ai isso fiquei...

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