12/09/2005

Farpas Verdes CDXXXVIII

Mais uma vez estamos a colocar o carro à frente dos bois. Hoje, a comunicação social anuncia a assinatura de um memorando de entendimento entre um grupo de empresário, liderado por Patrick Monteiro de Barros, e o Governo para a construção de uma refinaria em Sines. A informação é escassa, mas existem aqui algumas questões que me assustam. Por exemplo, diz-se que as obras se inciam daqui a seis meses, coisa que me parece pouco crível, tendo em conta que não existe, que se saiba, qualquer estudo de impacte ambiental. Depois, surge a informação que grande parte do combustível será exportado para os Estados Unidos, o que a ser verdade me cheira a uma clara estratégia de «dumping ambiental». Falta, por outro lado, saber se a construção de uma nova refinaria implicará o encerramento da central da Petrogal de Matosinhos e se é sensato, justo e ambientalmente correcto que Sines fique com duas refinarias (sempre poluentes). E, por fim, preocupa-me o facto de a Quercus, na voz do seu presidente, afirmar que «encaramos isto [construção da nova refinaria] como uma inevitabilidade».

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