4/13/2007

Uma questão nuclear

O Presidente da República teria feito melhor serviço ao pais se, em vez de dizer que o nuclear terá de ser debatido em Portugal (vd. aqui), propusesse - e promovesse - um debate para tentar compreender por que razão em Portugal os consumos energéticos continuam, há anos, sucessivamente a ser superiores aos crescimento económico...

Em Portugal, a energia nuclear é uma ideia obtusa em termos financeiros e energéticos - e nem meto aqui a questão da segurança e do ambiente -, pois Portugal tem potência instalada mais do que suficiente (e, portanto, a energia nuclear somente serviria para exportação... sem grande interesse público face às desvantagens). Além disso, não soluciona nada em termos energéticos, sabendo que somente produz electricidade. E a electricidade representa apenas cerca de 6% do total da energia consumida em Portugal.

6 comentários:

Anónimo disse...

6%, só? Sempre ouvi falar em aprox. 20%. De qq maneira mesmo que o nuclear viesse suprir uma falta de energia eléctrica, nunca seria grande parte da solução pois faltariam os outros 80%: prós pópós, sitemas de transportes ineficientes, comboios vazios etc etc.

Pedro Almeida Vieira disse...

Sim, apenas esse valor (em 2004 foi de 5,7%, cf. coloquei num post há poucas semanas). Mas sim, se fosse 20% sempre se manteria o mesmo problema. Aliás, o sector dos transportes derrete quase um terço dos consumos energéticos do país... e esses nunca virão do nuclear...

Anónimo disse...

É sempre possível usar energia eléctrica para mover os automóveis.
Talvez não interesse particularmente às petrolíferas, nem ao governo (impostos),ou a tecnologia ainda não é particularmente eficiente, ou o investimento incial de aquisição do veículo ainda não parece compensar no longo prazo.

Pedro Almeida Vieira disse...

Não conheço todas as particularidades dos automóveis eléctricos (ou híbridos), mas julgo que existe há partida uma limitação: a sua autonomia, que obriga a frequentes «recarregamentos». E deixa de ser prático nas actuais circunstâncias, uma vez que obrigaria à criação de um sistema semelhante ao dos postos de combustível convencional. Além disso, não sei se os tempos de «recarregamento» serão interessantes para uma utilização generalizada. Em todo o caso, na minha opinião, para já, o futuro está na tecnologia «fuel cell». E aí as petrolíferas estão dentro - ou muito facilmente compram as empresas que estão a desenvolver essa tecnologia.

Anónimo disse...

Acontece que as células de combustível, usando hidrogénio e oxigénio, têm primeiro que os obter e purificar. E no processo terão de gastar energia... e aqui não vejo motivo para que não posa ser, exclusiva ou maioritariamente, eléctrica, seja esta produzida por quaisquer que forem os meios.
Vide p.e http://www.fuelcells.org/ sobre o tema fuel-cells.

Anónimo disse...

Estive há pouco tempo no R.U. e falando do problema \da circulação em Londres, disse-me uma inglesa que tuinha comprado um utilitário (toyota acho) que trabalhava a gasolina ou electricidade(abaixo dos 40k/h) sendo que as baterias eram carregadas pelo movimento do carro, ou seja, pela energia gerada pelo motor de gasolina. Se assim é,(não sei se a entendi)estaria aberta uma solução para a concentração de poluição no centro das cidades mas, em termo de combustível tudo estaria mais ou menos na mesma, aparte uma melhoria da eficiência da viatura.