6/07/2007

Sete pecados capitais (III) - Pobreza

Com um poder de compra que ultrapassa o dobro do índice médio nacional, o concelho de Lisboa apresenta, porém, significativas franjas de pobreza. Apesar dos investimentos massivos na erradicação de barracas e na construção de bairros sociais durante a década de 90, os Censos 2001 identificaram ainda 3.548 barracas na capital portuguesa, um terço das quais nas freguesias de Charneca (732) e Marvila (469). Estes valores deverão ser agora mais baixos, por via dos realojamentos entretanto concluídos no Bairro da Musgueira e em outras zonas, sobretudo de Chelas.

Mas a existência ou não de barracas não é o único indicador para apurar as condições de vida das populações da capital. De facto, o Recenseamento da Habitação em 2001 apurou que em alojamentos clássicos (excluindo, portanto, as barracas) viviam3.800 pessoas que não tinham água canalizada, cerca de dez mil não tinham acesso a local próprio para tomar banho e 12 mil não tinham retrete. Além disso, 740 pessoas viviam em alojamentos sem electricidade, água e casa de banho.

A capital portuguesa possui também concentra uma população flutuante de sem-abrigos. Segundo um estudo da Santa Casa da Misericórdia na segunda metade dos anos 90, existiriam então entre duas mil e 3,5 mil sem-abrigos em Lisboa.

A pobreza extrema também fica patente no número de famílias e pessoas que necessitam de apoio financeiro do Estado. Os mais idosos solitários, sobretudo nas freguesias centrais, e as famílias mais numerosas das freguesias periféricas são os dois grupos que apresentam as mais graves situações de carência económica e de condições de vida. De acordo com os dados dos últimos Censos,em Março de 2001 viviam quase 3.200 pessoas com mais de 15 anos que se sustentavam com o então denominado Rendimento Mínimo Garantido e outras duas mil eram apoiadas por instituições de solidariedade nacional.

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