6/03/2007

Os bombeiros - a velha questão que se renova

Começa a aparecer mais do que evidente que o actual Governo está numa campanha para profissionalizar e controlar os serviços até agora executados pelas corporações de bombeiros voluntários. Começou no ano passado com os incêndios, estende-se agora à emergência pré-hospitalar.

Esta medida governamental é, talvez, das poucas que merece a minha inteira aprovação, porque defendo que a profissionalização será a forma mais eficaz e até barata de melhorar a eficácia e evitar esquemas pouco transparentes.

Não está aqui, obviamente, em causa a abnegação dos bombeiros voluntários, mas sim, como defendo, a necessidade de se criar uma estrutura com bombeiros (podendo-se aproveitar mesmo muitos dos voluntários... profissionalizando-os) que estejam bem equipados, bem treinados, com disponibilidade assegurados e... obviamente, imputáveis.

Dir-se-á: bom, isso pode ser feito com as actuais corporações. Na prática, sim - e até já funciona parcialmente. Grande parte - se não quase a totalidade - dos serviços prestados pelas corporações de bombeiros voluntários é feito á base (ou exclusivamente) de profissionais. Porém, terá sempre uma grande desvantagem. O Estado não controla os gastos e nunca pode responsabilizar ninguém. Criando uma estrutura autónoma, de raíz - em suma, causando uma revolução (porque isto jánão vai com reformas).

Ora, é isto que a Liga dos Bombeiros Portugueses mais receia, daí as reacções que começam a mostrar (vd., p. ex., aqui). Veremos se o Governo terá coragem para concretizar esta questão que é essencial para o país.

3 comentários:

Anónimo disse...

Viva Pedro,
sobre este tema.
Esta semana conversei com um técnico de um munícipio alentejano ligado à implementação dos planos municipais de combate aos fogos (não sei se é este o nome correcto) e ele contava-me que no seu concelho as deflagrações se davam exclusivamente nos terrenos onde o acesso tinha sido condicionado ou interdito às populações locais (caça, pesca, cogumelos, lazer, serventias, etc).
Incêndios como forma de justiça e vinganças rápidas? creio que sim.
Abraço e coragem!
FMoittal

casimiro disse...

Totalmente de acordo! Os bombeiros que temos nem chega a ser claro se são voluntários se são profissionais. Voluntários na hora do peditório nos semáforos e na hora de alijar responsabilidades, e talvez profissionais (e o problema é o talvez!) quando executam funções que se não forem executadadas por profissionais habilitados e certificados como tal só podem criar em nós alguma insegurança.

Paulo Ferreira disse...

Concordo plenamente com esse artigo. Actualmente existem mais de 6000 Bombeiros que exercem a actividade profissionalmente nos corpos de Bombeiros Voluntários, uma função que deve o mais breve possível ser regulamentada, onde a LNB e o governo tenda negar e existência desses profissionais, mas eles existem, normalmente são as pessoas com mais formação dentro dos corpos de Bombeiros, estão sempre presentes na maiorias das ocorrências.