As eleições de domingo em Lisboa podem trazer algumas surpresas. Embora pareça incontornável uma vitória de António Costa, tenho um dedinho que me diz que não deverá ultrapassar os 30% dos votos. E que, em relação aos outros candidatos, embora nenhum venha a ultrapassar os 20%, é muito difícil apostar na sequência. Isto, obviamente, é um palpite, mas tanto é como as próprias sondagens feitas pelas empresas - que, recorde-se, falharam redondamente em 1999 quando davam como certa uma vitória esmagadora de João Soares.
Independentemente disto, certo é que a autarquia manter-se-á ingovernável durante os próximos dois anos até às novas eleições. Um cenário de coligação parece-me muitíssimo pouco provável: Costa não pode coligar-se com Carmona, porque se queimaria; Roseta não aceitará juntar-se, porque tornaria irrelevante a sua candidatura, o que daria a entender ter sido uma birra contra o PS; de Negrão, nem valeria a pena falar, porque nunca o PSD aceitaria um Bloco Central em Lisboa; PCP não desejará apoiar um ex-ministro de um Governo que combate; e Sá Fernandes, com o Bloco de Esquerda, mesmo que quisesse (o que me surpreenderia), provavelmente não elegerá vereadores suficientes. Claro que esta situação de ingovernabilidade não desagradará muito a António Costa: poder-lhe-á ser mesmo útil, pois não se cansará, ao longo dos próximos anos, de se queixar de estar a oposição a fazer-lhe a vida negra, e que só com uma maioria absoluta conseguirá endireitar a Câmara. E assim, em 2009, conseguir algo que o PS nunca obteve sozinho: maioria na autarquia de Lisboa.
Independentemente disto, certo é que a autarquia manter-se-á ingovernável durante os próximos dois anos até às novas eleições. Um cenário de coligação parece-me muitíssimo pouco provável: Costa não pode coligar-se com Carmona, porque se queimaria; Roseta não aceitará juntar-se, porque tornaria irrelevante a sua candidatura, o que daria a entender ter sido uma birra contra o PS; de Negrão, nem valeria a pena falar, porque nunca o PSD aceitaria um Bloco Central em Lisboa; PCP não desejará apoiar um ex-ministro de um Governo que combate; e Sá Fernandes, com o Bloco de Esquerda, mesmo que quisesse (o que me surpreenderia), provavelmente não elegerá vereadores suficientes. Claro que esta situação de ingovernabilidade não desagradará muito a António Costa: poder-lhe-á ser mesmo útil, pois não se cansará, ao longo dos próximos anos, de se queixar de estar a oposição a fazer-lhe a vida negra, e que só com uma maioria absoluta conseguirá endireitar a Câmara. E assim, em 2009, conseguir algo que o PS nunca obteve sozinho: maioria na autarquia de Lisboa.
1 comentário:
Continua o incompreensível direito de voto exclusivo em Lisboa dos residentes em Lisboa.
Sendo que residir em Lisboa é cada vez mais raro, como se sabe, relativamente ao número de pessoas que aí vivem todo o dia, porque aí trabalham, estudam, ou porque passam aí quase todo o seu tempo.
Todos aqueles que penam no IC19 ou na autoestrada Cascais-Lisboa ou na Ponte 25 de Abril, Vasco da Gama e afins passam o seu dia em Lisboa.
Muitas vezes mal conhecem o sítio onde vivem, desde os vizinhos a quem é o presidente da Câmara, para não falar no -- nunca soube quem é, nem de que partido é -- presidente da 'junta'.
No entanto, não votam em Lisboa.
A mesma Lisboa onde fazem tudo, onde gastam e ganham dinheiro, que conhecem melhor que o concelho onde vão dormir.
O que leva L. a pensar se os resultados eleitorais em Lisboa não serão injustos, errados e inúteis.
Pelo menos enquanto os universitários e restantes estudantes, e todos os que 'dormem' fora de Lisboa, que trabalham em Lisboa, aqueles cujo BI não diz Lisboa em 'residência', não votarem em Lisboa.
Porque vendo bem, são eles que vivem -- e que são -- a Capital.
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