Finalmente uma campanha de prevenção que dá destaque devido à negligência como causadora dos incêndios florestais. Este vídeo relembra o fogo de Famalicão da Serra, no ano passado, que causou a morte de 6 bombeiros. E salienta, em voz off que «tudo começou com um acto negligente», apelando com um «não seja culpado de um crime como este».
Porém, já agora, convém também relembrar que o verdadeiro «crime como este», o de Famalicão da Serra, acabou por ser arquivado pelo Ministério Público. E a culpa morreu, neste caso, com os seis bombeiros.
Porém, já agora, convém também relembrar que o verdadeiro «crime como este», o de Famalicão da Serra, acabou por ser arquivado pelo Ministério Público. E a culpa morreu, neste caso, com os seis bombeiros.
4 comentários:
Só para sermos rigorosos, foram 5 sapadores florestais chilenos, ao serviço da AFOCELCA, e um bombeiro voluntário português.
Por outro lado, há crimes e crimes - e se o autor do incêndios teve uma conduta "negligente" (apesar de estar a executar uma acção meritória e não proibida por lei - limpeza preventiva de matos, motomanual - fê-lo em condições meteorológicas e de segurança desadequadas, como se provou), também não é menos certo que é outro o responsável pela "negligente" estratégia de combate seguida nesse dia.
Onde andará então a culpa? No infeliz causador da ignição, que imediatamente deu o alerta? Na errada gestão dos povoamentos e matos, que alimentaram um incêndios tão rápido quanto violento? No azar da topografia, que causou o previsível efeito chaminé? Na descoordenação das operações de combate e no desacerto das opções tomadas? Na falta de formação dos agentes?
Na Andaluzia, como sabe, os proprietários florestais "negligentes" na sua gestão das suas propriedades também pagam o combate. E noutros países, de combate profissionalizado a incêndios florestais, os relatórios de "acidentes" deste tipo também têm as suas sequelas.
É que as políticas de protecção contra incêndios iniciam-se na erradicação das ignições, e campanhas de prevenção contra a eclosão de ignições sempre as houve (pelo menos desde a década de 1950!), mas não terminam aí...
P. Faúlha
Caro P.Faúlha, concordo com grande parte do seu comentário, mas infelizmente discordo num ponto. Tanto quando sei a pessoa que efectuava a limpeza do mato nao usava todas as protecções necessarias para efectuar o referido trabalho em segurança, como resultado desta negligencia surgiu este tragico incidente.
Na minha opiniao este acto de negligencia ainda é mais grave uma vez o proprietario destes terrenos e uma pessoa com formação academica na area florestal e desempenha funções na DGRF. Gostaria ainda de frisar que mesmo uma pessoa sem formação na area florestal e sem as competencias da pessoa em causa e com um pouco de bom senso não efetuaria este tipo trabalhos mesmo com todas a protecções, visto que as condições atmosfericas neste dia nao eram favoraveis a execução de tais trabalhos (Temperaturas altas e vento forte).
De realçar ainda na opinião que nao é em pleno verão que se fazem este tipo de trabalhos, uma vez que a altura indica para tal é na primavera e nao no verão.
Como diz a velha máxima e que muito poucos a aplicam a prevenção e preparação de uma "epoca de incendios" começa muito antes desta começar, deve começar em Outubro Novembro quando finda a anterior. É apenas mais uma maxima a qual muito poucas pessoas aplicam.
O nosso govermo tambem tem uma muito boa so espero é que tenho resultados bem diferentes desta para bens de todos nós.
"Portugal sem fogos depende de todos Nós" - assim espero.....
Caro Anónimo,
Como provavelmente saberá, de ignições e incêndios causados involuntariamente pelos serviços oficiais (ou seus funcionários)está (também) o mundo cheio.
Basta lembrar o tristemente célebre incêndio de Los Alamos de Maio de 2000, provocado por um "fogo controlado" realizado por funcionários do Serviço Nacional de Parques norte-americano em condições meteorológicas perigosas e que, depois de alguns erros crassos também no planeamento do combate, redundou na destruição de 20 000 hectares e de 300 casas, na evacuação de 25 000 pessoas e em largas centenas de milhões de dólares de prejuízos.
O que importa no fogo de Famalicão da Serra é retirar todas as ilações possíveis nas diferentes vertentes do que correu mal, começando na ignição (que foi provocada por um jovem trabalhador rural, ao serviço do proprietário do terreno, esse sim funcionário dos serviços florestais), passando pela gestão do território e terminando no planeamento e execução do combate.
É para mim óbvio que as responsabilidades do sucedido em Famalicão da Serra (designadamente as perdas em vidas humanas) não são unicamente imputáveis a quem estava a limpar o mato num dia de elevado risco de incêndio, sem as precauções devidas.
Caso contrário, então temos de culpar apenas Zeus pelos 100 000 hectares de terrenos destruídos e pelas mortes causadas por fogos devidos a relâmpagos em Agosto de 2003...
P. Faúlha
Já agora deixo-lhes uma pequena informação que terão hipóteses de discutir, se assim o entenderem: tudo começou com um acto negligente nomeadamente uma queimada ilegal!!!
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