5/09/2004

Farpas Verdes LXXII

A hipótese colocada pelo primeiro-ministro e pelo PSD de vedar a criação de grupos parlamentares aos partidos que somente foram a votos em coligações artificiais, é uma boa notícia. Será uma limitação que tem destinatário definido: o Partido Ecologista Os Verdes (PEV). Se é certo que, numa ou outra matéria, as deputadas deste partido até têm colocado algumas questões em discussão na Assembleia da República, o seu trabalho é sofrível. Isabel Castro, há não sei quantos mandatos seguidos como deputada, pauta-se por uma confrangedora falta de argumentos políticos e técnicos que descambam, não poucas vezes, em autênticos tiros nos pés.

O PEV é, e sempre foi, um partido castrado e castrador. Castrado porque não tem autonomia política e nem deputados à altura de assumirem um discurso sólido e interventivo (olhe-se, com agrado, o Bloco de Esquerda que com três deputados consegue marcar a agenda política em matéria que já não são folclóricas). Castrador porque - somente por causa do nome - inibe o surgimento de uma verdadeira força política que pudesse congregar várias indivualidades que não se revêm em partidos que têm denominações algo esotéricas (o nome é também marketing em política), como é o caso do Movimento Partido da Terra.

Por isso, seria bom que o PEV morresse e renascesse das cinzal, qual fenix, desligado de qualquer força política e com outras pessoas, claro está.

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