7/07/2004

Farpas Verdes XCIII

A intenção do Ministério da Agriculatura de impor uma taxa pelo usufruto do direito à nao caça parece uma reminescência da atitude do Estado Novo que considerava toda a fuana selvagem como nociva e que, portanto, deveria ser morta.

O argumento de que essas zonas de não caça são lesivas para a agricultura é um absurdo de todo o tamanho. Se assim fosse, todo o país se deveria assim tornar numa coutada. Provavelmente, o ministro da Agricultura deveria ter umas lições básicas de ecologia para tentar perceber que existem vantagem na existência de refúgios de fauna e que estes podem mesmo ser benéficas, a prazo, para as restantes zonas onde se pode caçar.

Claro está que o objectivo inconfessável desta proposta é desincentivar quem pretende exercer esse direito. Não que esteja em causa os eventuais prejuízos para a agricultura (que são sempre margimais, irrelevantes mesmo), mas sim porque a criação dessas áreas é uma «chatice» para as reservas de caça, uma vez que sem direito pleno à não caça evitam assim que haja terrenos as retalhem.

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