7/31/2006

A qualidade paga-se cara

Na quarta-feira passada fui ao Porto receber uma «menção honrosa» de um prémio de jornalismo organizado pela empresa pública Águas do Douro e Paiva, por uma reportagem que publiquei na extinta Grande Reportagem. O digno vencedor foi uma equipa de jornalistas do jornal Água & Ambiente, tendo um trabalho da Rádio Renascença recebido a outra «menção honrosa».

Tive oportunidade de referir, na sessão de entrega, um aspecto preocupante que se verifica actualmente na imprensa dita generalista: a «dificuldade» cada vez maior em se publicar temas ambientais e sobretudo com alguma profundidade. Mesmo se o trabalho que publiquei na Grande Reportagem tinha apenas seis páginas já não permitia explanar um assunto de grande importância - a existência de várias regiões do país ainda sem água canalizada e muitas outras em que a água não tem qualidade -, actualmente não conseguiria sequer ter esse espaço. Longe vão os tempos (e não são assim tão longínquos) em que havia espaço para investigar e reflectir. Hoje tudo se faz pela rama, por vezes sem rigor, alegadamente porque os leitores «não querem». É pena que a imprensa generalista - e sobretudo a de referência - não veja ainda que a quebra nas vendas é fruto da fraca aposta na qualidade...

Nota: Que não se veja este meu post como uma desculpa ou uma postura de mau perdedor: não foi, acredito, por uma questão de espaço que o dossier (muito completo) da Água & Ambiente foi a vencedora...

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