2/16/2007

Confiança esgotada

Imagino que o Ministério Público quando, por iniciativa de uma investigação, constitui alguém como arguido deverá ter, por certo, indícios fortes para a acusação. Acredita-se também que quando o acusado exerce funções políticas e administrativas - por exemplo, numa autarquia -, os magistrados pensam ainda com maior cuidado. Não por razões de pressão, mas por saberem que uma acusação deste género resulta sempre num distúrbio com repercussões na administração municipal.

Ora, sabe-se que até prova em contrário, todos são inocentes. Porém, começa a atingir dimensões de escândalo aquilo que está a acontecer na autarquia de Lisboa, com a existência de uma infindável quantidade de arguidos entre autarcas e responsáveis de empresas e serviços do municípios. Como os autarcas são eleitos numa base de confiança, convenhamos que todos estes processos judiciais em curso não abonam nada para a sua manutenção.

Donde a demissão do presidente da autarquia deveria ser feita. Não por ser culpado, mas tão-somente por não dar garantias de que consegue manter a confiança dos munícipes até ao fim do mandato.

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