À Margem Ambiental LXXXIV
A Quercus faz hoje 20 anos. É uma bonita data para uma associação ambientalista que já fez muito pelas questões ambientais e da qual mantenho orgulho de ter integrado a sua direcção nacional em 1993 e 1994. Os últimos anos não lhe têm sido fáceis - talvez a crise da adolescência -, mas espero sinceramente que à entrada para a terceira década de vida continue a fazer um bom trabalho. Ou melhor ainda, que as «coisas» neste ex-país à beira mar plantado não está grande coisa.
10/31/2005
Farpas Verdes CDXXII
A Resioeste, a empresa multimunicipal de lixos urbanos de um conjunto de autarquias do Oeste, está em riscos de ser multada pela Comissão Europeia por ter excedido as deposições de resíduos no seu aterro no Cadaval. Como não se quer dar ao trabalho de implementar políticas de reciclagem, vai daí e faz um truque: exporta agora os lixos para o aterro da Valorsul, em Vila Franca de Xira. E ainda tem o despudor de criticar uma associação ambientalista local - que se queixou a Bruxelas - de ser a responsável pelo encarecimento das tarifas a pagar por esta transferência.
P.S. Por falar em lixos e neste processo, mais uma achega em relação aos comentários aos meus posts sobre o abandono da separação de resíduos. A reciclagem deve ser vista como uma obrigação das entidades gestora dos sistemas de tratamento dos resíduos e devem ser elas que devem promover, cada vez mais, formas de incentivar e tornar a separação de resíduos atractiva para os consumidores. Se no século XXI não é sensato que alguém se sacrifique para ir buscar água à fonte para a ter em casa, também julgo que o caminho para aumentar as taxas de reciclagem tem de passar por medidas que não tornem a separação dos resíduos numa tarefa que exija sacrifício. Quando a União Europeia começar a apertar mais Portugal para cumprir as metas de reciclagem, acreditem que os municípios, as empresas gestoras de resíduos e a Sociedade Ponto Verde começarão a sacrificar-se para dar condições mínimas aos consumidores para a uma separação selectiva.
P.P.S. Já agora, mais um acrescento: os 400 metros de distância ao ecoponto mais perto da minha casa acaba por ser, na realidade, mais extenso, porque acumulando os resíduos teria de os transportar de carro. Tendo em conta as alterações na circulação das vias em Santa Catarina e na zona do Conde Barão e Avenida D. Carlos (que é, acreditem, desesperante), na verdade por cada deposição teria de fazer mais de dois quilómetros. Acrescido ao facto de raramente encontrar estacionamento a menos de 300 metros de casa, por cada deposição demorava mais de meia hora.
A Resioeste, a empresa multimunicipal de lixos urbanos de um conjunto de autarquias do Oeste, está em riscos de ser multada pela Comissão Europeia por ter excedido as deposições de resíduos no seu aterro no Cadaval. Como não se quer dar ao trabalho de implementar políticas de reciclagem, vai daí e faz um truque: exporta agora os lixos para o aterro da Valorsul, em Vila Franca de Xira. E ainda tem o despudor de criticar uma associação ambientalista local - que se queixou a Bruxelas - de ser a responsável pelo encarecimento das tarifas a pagar por esta transferência.
P.S. Por falar em lixos e neste processo, mais uma achega em relação aos comentários aos meus posts sobre o abandono da separação de resíduos. A reciclagem deve ser vista como uma obrigação das entidades gestora dos sistemas de tratamento dos resíduos e devem ser elas que devem promover, cada vez mais, formas de incentivar e tornar a separação de resíduos atractiva para os consumidores. Se no século XXI não é sensato que alguém se sacrifique para ir buscar água à fonte para a ter em casa, também julgo que o caminho para aumentar as taxas de reciclagem tem de passar por medidas que não tornem a separação dos resíduos numa tarefa que exija sacrifício. Quando a União Europeia começar a apertar mais Portugal para cumprir as metas de reciclagem, acreditem que os municípios, as empresas gestoras de resíduos e a Sociedade Ponto Verde começarão a sacrificar-se para dar condições mínimas aos consumidores para a uma separação selectiva.
P.P.S. Já agora, mais um acrescento: os 400 metros de distância ao ecoponto mais perto da minha casa acaba por ser, na realidade, mais extenso, porque acumulando os resíduos teria de os transportar de carro. Tendo em conta as alterações na circulação das vias em Santa Catarina e na zona do Conde Barão e Avenida D. Carlos (que é, acreditem, desesperante), na verdade por cada deposição teria de fazer mais de dois quilómetros. Acrescido ao facto de raramente encontrar estacionamento a menos de 300 metros de casa, por cada deposição demorava mais de meia hora.
10/30/2005
Farpas Verdes CDXXI
O Praça do Camões, em Lisboa, junto ao Chiado, está a ficar de cara lavada, fruto de um conjunto de obras de remodelação nos últimos anos. Estava a ficar bonita; e, de facto, digo estava porque entretanto os CTT também reabilitaram a sua estação e pespegaram na fachada um enorme «letreiro» luminoso de vermelho e branco, que retira toda a harmonia desta praça quando à noite acendem. Será que a autarquia de Lisboa não deveria ter um papel mais interventivo nestas intervenções? E que necessidade existe de acender aquelas luzes durante a noite, sabendo-se que a estação dos CTT fecha às 18 horas e 30 minutos?
O Praça do Camões, em Lisboa, junto ao Chiado, está a ficar de cara lavada, fruto de um conjunto de obras de remodelação nos últimos anos. Estava a ficar bonita; e, de facto, digo estava porque entretanto os CTT também reabilitaram a sua estação e pespegaram na fachada um enorme «letreiro» luminoso de vermelho e branco, que retira toda a harmonia desta praça quando à noite acendem. Será que a autarquia de Lisboa não deveria ter um papel mais interventivo nestas intervenções? E que necessidade existe de acender aquelas luzes durante a noite, sabendo-se que a estação dos CTT fecha às 18 horas e 30 minutos?
Farpas Verdes CDXX
Será que não há notícias para que o local de Lisboa do Público de ontem tenha necessidade de incluir uma peça intitulada «Arderam três hectares no concelho de Almada», um município que tem poucas centenas de hectares de floresta, das quais apenas se destaca a mata dos Medos com 338 hectares? Se a ideia era mostrar eficiência na prevenção será que não seria mais objectivo procurar concelhos, sobretudo do interior, que arderam pouco tendo áreas de floresta muito mais extensas?
Será que não há notícias para que o local de Lisboa do Público de ontem tenha necessidade de incluir uma peça intitulada «Arderam três hectares no concelho de Almada», um município que tem poucas centenas de hectares de floresta, das quais apenas se destaca a mata dos Medos com 338 hectares? Se a ideia era mostrar eficiência na prevenção será que não seria mais objectivo procurar concelhos, sobretudo do interior, que arderam pouco tendo áreas de floresta muito mais extensas?
Farpas Verdes CDXIX
Ontem percorri vários concelhos do chamado Pinhal Interior, entre Góis e Oleiros, visitando algumas praias fluviais. Fiquei pasamado com duas coisas: a qualidade das infra-estruturas e do enquadramento, revelador de um trabalho meritório das autarquias (facto muito positivo); e a degradação quase geral, o quadro negro, das vastas zonas afectadas pelos incêndios dos últimos três anos. Como se poderá, com paisagens de guerra por via dos fogos, «vender» um produto de excelente qualidade para o turismo do interior que parecem ser as praias fluviais?
Ontem percorri vários concelhos do chamado Pinhal Interior, entre Góis e Oleiros, visitando algumas praias fluviais. Fiquei pasamado com duas coisas: a qualidade das infra-estruturas e do enquadramento, revelador de um trabalho meritório das autarquias (facto muito positivo); e a degradação quase geral, o quadro negro, das vastas zonas afectadas pelos incêndios dos últimos três anos. Como se poderá, com paisagens de guerra por via dos fogos, «vender» um produto de excelente qualidade para o turismo do interior que parecem ser as praias fluviais?
10/27/2005
À Margem Ambiental LXXXIV
Eis aqui ao lado o «embrulho», leia-se capa, do meu novo romance histórico que será lançado no próximo dia 3 de Novembro, quinta-feira, pelas 18:30 horas na Mãe d'Água das Amoreiras, em Lisboa (Praça das Amoreiras, 10, junto ao Largo do Rato), cuja apresentação caberá ao Francisco José Viegas.
Fica, desde já, feito o convite para aparecerem e darem a vossa posterior opinião sobre o romance. Em baixo, segue a sinopse, inserida na contra-capa.
Esta é a história do jesuíta Gabriel Malagrida, que viveu como santo iluminado e morreu como herege queimado. Esta é a história do fidalgote Sebastião José, que sobreviveu de cunhas até aos 50 anos e se tornou depois no homem mais poderoso de Portugal. Esta é a história de Mendonça Furtado, irmão do Marquês de Pombal, que foi governador do Maranhão e aí começou a cavar a sepultura da Companhia de Jesus.Esta é a história do Convento do Louriçal e das suas freiras, regada com abundante sangue, prodígios e visitas de Cristo. Esta é a história de uma profecia sobre o terramoto de Lisboa de 1755. Esta é a história da Igreja Católica que acreditava num Deus vingativo, castigador e caprichoso.Esta é a história do Reino de Portugal no século XVIII ainda à espera da Época da Luzes. Enfim, esta é uma verdadeira história dos diabos...
Eis aqui ao lado o «embrulho», leia-se capa, do meu novo romance histórico que será lançado no próximo dia 3 de Novembro, quinta-feira, pelas 18:30 horas na Mãe d'Água das Amoreiras, em Lisboa (Praça das Amoreiras, 10, junto ao Largo do Rato), cuja apresentação caberá ao Francisco José Viegas.
Fica, desde já, feito o convite para aparecerem e darem a vossa posterior opinião sobre o romance. Em baixo, segue a sinopse, inserida na contra-capa.
Esta é a história do jesuíta Gabriel Malagrida, que viveu como santo iluminado e morreu como herege queimado. Esta é a história do fidalgote Sebastião José, que sobreviveu de cunhas até aos 50 anos e se tornou depois no homem mais poderoso de Portugal. Esta é a história de Mendonça Furtado, irmão do Marquês de Pombal, que foi governador do Maranhão e aí começou a cavar a sepultura da Companhia de Jesus.Esta é a história do Convento do Louriçal e das suas freiras, regada com abundante sangue, prodígios e visitas de Cristo. Esta é a história de uma profecia sobre o terramoto de Lisboa de 1755. Esta é a história da Igreja Católica que acreditava num Deus vingativo, castigador e caprichoso.Esta é a história do Reino de Portugal no século XVIII ainda à espera da Época da Luzes. Enfim, esta é uma verdadeira história dos diabos...
10/26/2005
Farpas Verdes CDXVIII
Eu já sabia que o meu post anterior (sobre ter deixado de fazer separação de resíduos) ia causar polémica. Pois é, parece que me «aburguesei», dizem uns; atitude chocante, dizem outros; preguiçoso, clamam aqueloutros. Tirando um comentário, ninguém critica a autarquia de Lisboa. Acham «normal» que numa cidade de altos e baixos haja ecopontos tão distantes das zonas residenciais? Acham normal que ao fim de tantos anos na zona de Santa Catarina não haja qualquer diferença entre o processo de recolha selectiva (inexistente em 1994 quando para aqui vim morar) e o ano de 2005? Acham normal que havendo espaço para colocar um ecoponto na zona a autarquia não o coloque? Acham normal que a autarquia diga que está a «estudar» um processo de recolha porta-a-porta há mais de um ano? Acham normal que os cidadãos continuem a ver a recolha selectiva como um sacríficio? Acham normal isto tudo? Pois eu não acho... Eu sou apologista de que a reiclagem é economicamente compensadora se uma autarquia estimular os cidadão a fazerem recolha selectiva. A autarquia de Lisboa não a faz.
Deixo em baixo a troca de «correspondência» com a autarquia para colocarem um simples ecoponto em Santa Catarina para que possam melhor ajuizar a minha forma de protesto. Para quem tenha paciência, leia e veja como a burocracia e as «desculpas» da autarquia são feitas, mesmo quando o munícipe perde a paciência e se torna caústico (como foi o caso do meu último email..).
11 de Maio de 2004
Exmos. Senhores,
Tendo em consideração que, até ao final do mês, será condicionado o tráfego autómovel na zona de Santa Catarina, venho sugerir que a Câmara Municipal de Lisboa preveja e execute a implantação de um ecoponto completo (vidrão, papelão, embalagens e pilhas), nesta zona - espaço agora não faltará. Relembro que o ecoponto mais próximo da minha casa se localiza a cerca de 400 metros de distância (junto ao Museu das Comunicações), o que obriga a deslocações de automóvel para transportar os resíduos separados.
Ficando a aguardar uma resposta, queiram aceitar os meus melhores cumprimentos.
Pedro Almeida Vieira
24 de Maio de 2004
Ex.mo Senhor Pedro Vieira
Na sequência de reclamação apresentada por V. Ex.a ao e-mail do Munícipe da Câmara Municipal de Lisboa, no dia 11 de Maio do corrente ano, posteriormente encaminhada para o Departamento de Higiene Urbana e Resíduos Sólidos, cumpre-nos informar que, conforme parecer técnico dos Serviços do Departamento que fazem a gestão dos equipamentos para deposição selectiva, está a ser estudada a hipótese de se avançar para um sistema de recolha selectiva porta-a-porta, na área da freguesia de Santa Catarina, com tráfego condicionado, no entanto, ainda não é possível avançar com uma data exacta para o arranque deste projecto.
Com os nossos melhores cumprimentos.
CML/DMAU/DHURS
10 de Junho de 2004
Exmo. Senhor Eng. Veríssimo Esteves Pires,
Agradeço a sua resposta que, por razões de saúde, somente agora posso responder. Congratulo-me que os V. serviços estejam a estudar a recolha selectiva porta-a-porta para esta zona, embora como me diz sem data para a sua implantação.
Contudo, não vislumbro qualquer incompatibilidade entre essa previsível implantação desse sistema port-a-porta e a instalação, mesmo que provisória, de um ecoponto, sobretudo enquanto tal medida não for implantada. Um ecoponto pode-se colocar em apenas um dia e pode ser retirado em apenas um dia. Além disso, numa zona em que se nota, infelizmente, que é colocado muito cartão e papel, vidro e outros materiais recicláveis junto aos contentores de lixo indiferenciado - nem toda a gente está para se sacrificar ou não tem condições logísticas para ir armazendando os resíduos recicláveis para mais tarde levá-los de carro para um ecoponto, que fica longíssimo -, a instalação, mesmo que provisória, de um equipamento deste género teria uma função tambérm pedagógica.
Por este motivo, penso, como cidadão e municípe de Lisboa, a existência de uma hipotese, sem data marcada, de implantação de um sistema porta-a-porta não é um motivo minimamente aceitável para não instalar entretanto um ecoponto.
Ficarei a aguardar uma resposta.
Com os melhores cumprimentos.
Pedro Almeida Vieira
11 de Junho de 2004
Ex.mo Senhor Pedro Almeida Vieira
Na sequência de e-mail enviado por V. Ex.a para o Departamento de Higiene Urbana e Resíduos Sólidos, em 10 de Junho do corrente ano, cumpre-nos informar que, relativamente ao assunto em epígrafe, o mesmo foi internamente encaminhado para os Serviços Técnicos deste Departamento, responsáveis pela gestão dos equipamentos de deposição selectiva, para efeitos de reavaliação do pedido de colocação de ecoponto, na área correspondente à freguesia de Santa Catarina.
Com os nossos melhores cumprimentos.
CML/DMAU/DHURS
30 de Junho de 2004
Ex.mo Senhor Pedro Vieira
Na sequência do email enviado por V. Ex.a para o Departamento de Higiene Urbana e Resíduos Sólidos, em 10 de Junho do corrente ano, cumpre-nos informar que, conforme parecer técnico dos Serviços deste Departamento responsáveis pela gestão dos equipamentos para deposição selectiva, as viaturas que recolhem os ecopontos são de maiores dimensões, do que aquelas que irão efectuar a recolha porta-a-porta dos resíduos recicláveis, pelo que as mesmas têm dificuldade em circular em locais onde os arruamentos se apresentam demasiado estreitos.
Por este motivo, não é possível satisfazer o pedido de V. Ex.a.
Certos da melhor compreensão, apresentamos a V. Ex.a os nossos melhores cumprimentos.
CML/DMAU/DHURS
30 de Junho de 2004
Exmo. Senhor Eng. Veríssimo Esteves Pinto,
Sem colocar em causa o parecer emanado pelos serviços técnicos do Departamento, julgo que as limitaçoes físicas que são aduzidas não se aplicam a toda a zona de Santa Catarina. Se porventura V. Exa. reparar, a dimensão de algumas vias rodoviárias permitem o acesso, em problemas, de qualquer camião de recolha dos eco-pontos. Por exemplo, se for colocado um ecoponto ao longo da Rua de Santa Catarina (mesmo que obrigue à supressão de algum lugar de estacionamento), o camião pode perfeitamente entrar pela Rua Marechal Saldana, proceder à recolha e sair pela Travessa da Condessa do Rio. Existem, pelo menos, dois ou três locais em que um ecoponto completo poderia ser instalado sem qualquer problema.
Resido na zona de Santa Catarina há cerca de uma década e, ano após ano, ouço a promessa de se vir a proceder à recolha porta-a-porta, sem que a mesma seja satisfeita. Malgrado isso, continuo a fazer separação dos resíduos e, periodicamente, vejo-me obrigado a ter de me deslocar de carro - depois de armazenado uma certa quantidade - ao ecoponto mais próximo que fica a várias centenas de metros de distância da minha residência.
O condicionamento ao tráfego na zona de Santa Catarina trouxe, na minha opinião, as condições imediatas para a colocação de um ecoponto. Se a autarquia não se "sacrifica" para melhorar as condições de participação deste bairro na separação de resíduos, obviamente vejo-me obrigado a também não me "sacrificar". Por isso, mesmo que isso muito me custe, deixarei de fazer recolha selectiva até que a autarquia implemente a recolha porta-a-porta nesta zona... ou então que coloque um ecoponto.
Com os melhores cumprimentos.
Pedro Almeida Vieira
1 de Julho de 2004
Ex.mo Senhor Pedro Vieira
Na sequência do e-mail enviado por V. Ex.a para o Departamento de Higiene Urbana e Resíduos Sólidos, em 30 de Junho do corrente ano, cumpre-nos informar que, relativamente ao assunto em epígrafe, o mesmo foi novamente encaminhado para a Divisão de Limpeza Urbana deste Departamento, a fim de cumprir os devidos efeitos.
CML/DMAU/DHURS
15 de Julho de 2004
Ex.mo Senhor Pedro Vieira
Em resposta ao último email enviado para este Departamento, em 30 de Junho p.p., cumpre-nos informar que, após nova avaliação da sugestão apresentada por V. Ex.a, os Serviços Técnicos deste Serviço reafirmam que a impossibilidade de instalação de um ecoponto na área, se deve ao facto de as viaturas de remoção destes equipamentos apresentarem dimensões consideráveis que levantam sérias dificuldades em circular em locais onde os arruamentos são demasiadamente estreitos, como acontece em Santa Catarina.
Aproveitamos para informar que, de facto, se encontra a ser estudada a hipótese de se avançar para um sistema de recolha selectiva porta-a-porta, na área da freguesia de Santa Catarina.
Certos da melhor compreensão, apresentamos a V. Ex.a os nossos melhores cumprimentos.
CML/DMAU/DHURS
20 de Janeiro de 2005
Exmo. Senhor Eng. Veríssimo Esteves Pinto,
Em Maio do ano passado, no seguimento da minha proposta para a colocação de um ecoponto na zona condicionada ao tráfego de Santa Catarin, V. Exa. informou-me por e-mail (que segue abaixo) de estar a ser estudada a hipótese de um sistema de recolha selectiva porta-a-porta na área de Santa Catarina. Mais tarde, informou-me ser impossível a colocação de um ecponto por razões de tráfego do camião de recolha, questão para a qual não estou convencido das limitaçoes dessa operação (existe uma rua de entrada no bairro e duas de saída com largura suficiente).
Oito longos meses depois, gostaria que V. Exa. me informasse se o estudo dessa hipótese, certamente complexa, já foi concluído e, se sim, quais os seus resultados e como poderia consultar esse mesmo estudo.
Aproveito para informar V. Exa. que morando há 10 anos em Lisboa e não vendo qualquer melhoria no sistema de recolha selectiva na minha área de residência, deixei desde o final do ano passado de fazer separaçao de lixos (como sempre fiz até aquela altura, obrgando-me a deslocar centenas de metros até ao ecoponto mais próximo ou centro de recolha), porque considero que a recolha selectiva não deve ser sinónimo de sacrifício para os cidadãos, havendo da parte da autarquia a possibilidade de facilitar essa operação.
Com os melhores cumprimentos.
Pedro Almeida Vieira
21 de Janeiro de 2005
Ex.mo Senhor Pedro Almeida Vieira
Na sequência de email enviado por V. Ex.a para o Departamento de Higiene Urbana e Resíduos Sólidos, em 20 de Janeiro p.p., cumpre-nos informar que o mesmo foi internamente encaminhado para o nosso Núcleo de Projectos, da Divisão de Limpeza Urbana, a fim de cumprir os devidos efeitos.
Com os melhores cumprimentos.
CML/DMAU/DHURS
30 de Março de 2005
Ex.mo Senhor
Pedro Vieira
Na sequência do email enviado por V. Ex.a para o Departamento de Higiene Urbana e Resíduos Sólidos, em 20 de Janeiro p.p., cumpre-nos informar que a implementação da recolha selectiva em Santa Catarina encontra-se já equacionada.
No entanto, o Departamento encontra-se a desenvolver outros projectos, não havendo, ainda, uma previsão para a implementação referida.
Certos da melhor compreensão, apresentamos a V. Ex.a os nossos melhores cumprimentos.
CML/DMAU/DHURS
30 de Março de 2005
Exmo. Senhor Eng. Veríssimo Esteves Pinto:
Por mim, pode V. Exa. continuar a desenvolver todos e mais alguns projectos. E, sinceramente, estou já pouco me importando com o facto de estar a ser «equacionada» (será, por certo, uma derivada de terceiro grau) a implementação da recolha selectiva em Santa Catarina. Desde Maio do ano passado - altura em que foi encerrado o tráfego na zona de Santa Catarina - que V. Exa. e os serviços camarários prometem estar a estudar, a ponderar, a desenvolver projectos, a pensar implementar, etc., etc..
A minha paciência (e esperança), confesso, já se esgotou. Eu que desde que vivo há 10 anos em Santa Catarina sempre fiz recolha selectiva, deixarei de o fazer a partir de agora. Ficarei, aliás, satisfeitíssimo, pois continuarei a pagar o mesmo de taxa de saneamento e nem tenho assim de gastar tempo a
separar vidro, plástico, papel e latas de metal - vai tudo para o saco e metido no contentor.
Julgo que todos ficamos satisfeitos: eu - que não tenho trabalho -; V. Exas. - que não têm a chatice de colocar e gerir ecopontos ou sistemas de recolha selectiva - e a Valorsul - que fica assim com mais combustível para produzir electricidade.
Em todo o caso, terei o escrúpulo de enviar toda esta troca de e-mails ao vereador de Ambiente e ao presidente da autarquia, questionando-os se julgam razoável este tipo de conduta num assunto que me parece de tão fácil implementação (a colocação do «raio» de um ecoponto no interior de Santa
Catarina).
Com os melhores cumprimentos.
Pedro Almeida Vieira
Nota: Mandei, mas não valeu a pena. Não obtive resposta
1 de Abril de 2005
Ex.mo Senhor Pedro Vieira
Na sequência do e-mail enviado por V. Ex.a para o Departamento de Higiene Urbana e Resíduos Sólidos, em 30 de Março p.p., cumpre-nos informar que, relativamente ao assunto em epígrafe, o mesmo foi internamente encaminhado para o Núcleo de Projectos deste Departamento, a fim de cumprir os devidos
efeitos.
Com os nossos melhores cumprimentos.
CML/DMAU/DHURS
Nota: Terminaram aqui as comunicações. E a minha separação de lixos....
Deixo em baixo a troca de «correspondência» com a autarquia para colocarem um simples ecoponto em Santa Catarina para que possam melhor ajuizar a minha forma de protesto. Para quem tenha paciência, leia e veja como a burocracia e as «desculpas» da autarquia são feitas, mesmo quando o munícipe perde a paciência e se torna caústico (como foi o caso do meu último email..).
11 de Maio de 2004
Exmos. Senhores,
Tendo em consideração que, até ao final do mês, será condicionado o tráfego autómovel na zona de Santa Catarina, venho sugerir que a Câmara Municipal de Lisboa preveja e execute a implantação de um ecoponto completo (vidrão, papelão, embalagens e pilhas), nesta zona - espaço agora não faltará. Relembro que o ecoponto mais próximo da minha casa se localiza a cerca de 400 metros de distância (junto ao Museu das Comunicações), o que obriga a deslocações de automóvel para transportar os resíduos separados.
Ficando a aguardar uma resposta, queiram aceitar os meus melhores cumprimentos.
Pedro Almeida Vieira
24 de Maio de 2004
Ex.mo Senhor Pedro Vieira
Na sequência de reclamação apresentada por V. Ex.a ao e-mail do Munícipe da Câmara Municipal de Lisboa, no dia 11 de Maio do corrente ano, posteriormente encaminhada para o Departamento de Higiene Urbana e Resíduos Sólidos, cumpre-nos informar que, conforme parecer técnico dos Serviços do Departamento que fazem a gestão dos equipamentos para deposição selectiva, está a ser estudada a hipótese de se avançar para um sistema de recolha selectiva porta-a-porta, na área da freguesia de Santa Catarina, com tráfego condicionado, no entanto, ainda não é possível avançar com uma data exacta para o arranque deste projecto.
Com os nossos melhores cumprimentos.
CML/DMAU/DHURS
10 de Junho de 2004
Exmo. Senhor Eng. Veríssimo Esteves Pires,
Agradeço a sua resposta que, por razões de saúde, somente agora posso responder. Congratulo-me que os V. serviços estejam a estudar a recolha selectiva porta-a-porta para esta zona, embora como me diz sem data para a sua implantação.
Contudo, não vislumbro qualquer incompatibilidade entre essa previsível implantação desse sistema port-a-porta e a instalação, mesmo que provisória, de um ecoponto, sobretudo enquanto tal medida não for implantada. Um ecoponto pode-se colocar em apenas um dia e pode ser retirado em apenas um dia. Além disso, numa zona em que se nota, infelizmente, que é colocado muito cartão e papel, vidro e outros materiais recicláveis junto aos contentores de lixo indiferenciado - nem toda a gente está para se sacrificar ou não tem condições logísticas para ir armazendando os resíduos recicláveis para mais tarde levá-los de carro para um ecoponto, que fica longíssimo -, a instalação, mesmo que provisória, de um equipamento deste género teria uma função tambérm pedagógica.
Por este motivo, penso, como cidadão e municípe de Lisboa, a existência de uma hipotese, sem data marcada, de implantação de um sistema porta-a-porta não é um motivo minimamente aceitável para não instalar entretanto um ecoponto.
Ficarei a aguardar uma resposta.
Com os melhores cumprimentos.
Pedro Almeida Vieira
11 de Junho de 2004
Ex.mo Senhor Pedro Almeida Vieira
Na sequência de e-mail enviado por V. Ex.a para o Departamento de Higiene Urbana e Resíduos Sólidos, em 10 de Junho do corrente ano, cumpre-nos informar que, relativamente ao assunto em epígrafe, o mesmo foi internamente encaminhado para os Serviços Técnicos deste Departamento, responsáveis pela gestão dos equipamentos de deposição selectiva, para efeitos de reavaliação do pedido de colocação de ecoponto, na área correspondente à freguesia de Santa Catarina.
Com os nossos melhores cumprimentos.
CML/DMAU/DHURS
30 de Junho de 2004
Ex.mo Senhor Pedro Vieira
Na sequência do email enviado por V. Ex.a para o Departamento de Higiene Urbana e Resíduos Sólidos, em 10 de Junho do corrente ano, cumpre-nos informar que, conforme parecer técnico dos Serviços deste Departamento responsáveis pela gestão dos equipamentos para deposição selectiva, as viaturas que recolhem os ecopontos são de maiores dimensões, do que aquelas que irão efectuar a recolha porta-a-porta dos resíduos recicláveis, pelo que as mesmas têm dificuldade em circular em locais onde os arruamentos se apresentam demasiado estreitos.
Por este motivo, não é possível satisfazer o pedido de V. Ex.a.
Certos da melhor compreensão, apresentamos a V. Ex.a os nossos melhores cumprimentos.
CML/DMAU/DHURS
30 de Junho de 2004
Exmo. Senhor Eng. Veríssimo Esteves Pinto,
Sem colocar em causa o parecer emanado pelos serviços técnicos do Departamento, julgo que as limitaçoes físicas que são aduzidas não se aplicam a toda a zona de Santa Catarina. Se porventura V. Exa. reparar, a dimensão de algumas vias rodoviárias permitem o acesso, em problemas, de qualquer camião de recolha dos eco-pontos. Por exemplo, se for colocado um ecoponto ao longo da Rua de Santa Catarina (mesmo que obrigue à supressão de algum lugar de estacionamento), o camião pode perfeitamente entrar pela Rua Marechal Saldana, proceder à recolha e sair pela Travessa da Condessa do Rio. Existem, pelo menos, dois ou três locais em que um ecoponto completo poderia ser instalado sem qualquer problema.
Resido na zona de Santa Catarina há cerca de uma década e, ano após ano, ouço a promessa de se vir a proceder à recolha porta-a-porta, sem que a mesma seja satisfeita. Malgrado isso, continuo a fazer separação dos resíduos e, periodicamente, vejo-me obrigado a ter de me deslocar de carro - depois de armazenado uma certa quantidade - ao ecoponto mais próximo que fica a várias centenas de metros de distância da minha residência.
O condicionamento ao tráfego na zona de Santa Catarina trouxe, na minha opinião, as condições imediatas para a colocação de um ecoponto. Se a autarquia não se "sacrifica" para melhorar as condições de participação deste bairro na separação de resíduos, obviamente vejo-me obrigado a também não me "sacrificar". Por isso, mesmo que isso muito me custe, deixarei de fazer recolha selectiva até que a autarquia implemente a recolha porta-a-porta nesta zona... ou então que coloque um ecoponto.
Com os melhores cumprimentos.
Pedro Almeida Vieira
1 de Julho de 2004
Ex.mo Senhor Pedro Vieira
Na sequência do e-mail enviado por V. Ex.a para o Departamento de Higiene Urbana e Resíduos Sólidos, em 30 de Junho do corrente ano, cumpre-nos informar que, relativamente ao assunto em epígrafe, o mesmo foi novamente encaminhado para a Divisão de Limpeza Urbana deste Departamento, a fim de cumprir os devidos efeitos.
CML/DMAU/DHURS
15 de Julho de 2004
Ex.mo Senhor Pedro Vieira
Em resposta ao último email enviado para este Departamento, em 30 de Junho p.p., cumpre-nos informar que, após nova avaliação da sugestão apresentada por V. Ex.a, os Serviços Técnicos deste Serviço reafirmam que a impossibilidade de instalação de um ecoponto na área, se deve ao facto de as viaturas de remoção destes equipamentos apresentarem dimensões consideráveis que levantam sérias dificuldades em circular em locais onde os arruamentos são demasiadamente estreitos, como acontece em Santa Catarina.
Aproveitamos para informar que, de facto, se encontra a ser estudada a hipótese de se avançar para um sistema de recolha selectiva porta-a-porta, na área da freguesia de Santa Catarina.
Certos da melhor compreensão, apresentamos a V. Ex.a os nossos melhores cumprimentos.
CML/DMAU/DHURS
20 de Janeiro de 2005
Exmo. Senhor Eng. Veríssimo Esteves Pinto,
Em Maio do ano passado, no seguimento da minha proposta para a colocação de um ecoponto na zona condicionada ao tráfego de Santa Catarin, V. Exa. informou-me por e-mail (que segue abaixo) de estar a ser estudada a hipótese de um sistema de recolha selectiva porta-a-porta na área de Santa Catarina. Mais tarde, informou-me ser impossível a colocação de um ecponto por razões de tráfego do camião de recolha, questão para a qual não estou convencido das limitaçoes dessa operação (existe uma rua de entrada no bairro e duas de saída com largura suficiente).
Oito longos meses depois, gostaria que V. Exa. me informasse se o estudo dessa hipótese, certamente complexa, já foi concluído e, se sim, quais os seus resultados e como poderia consultar esse mesmo estudo.
Aproveito para informar V. Exa. que morando há 10 anos em Lisboa e não vendo qualquer melhoria no sistema de recolha selectiva na minha área de residência, deixei desde o final do ano passado de fazer separaçao de lixos (como sempre fiz até aquela altura, obrgando-me a deslocar centenas de metros até ao ecoponto mais próximo ou centro de recolha), porque considero que a recolha selectiva não deve ser sinónimo de sacrifício para os cidadãos, havendo da parte da autarquia a possibilidade de facilitar essa operação.
Com os melhores cumprimentos.
Pedro Almeida Vieira
21 de Janeiro de 2005
Ex.mo Senhor Pedro Almeida Vieira
Na sequência de email enviado por V. Ex.a para o Departamento de Higiene Urbana e Resíduos Sólidos, em 20 de Janeiro p.p., cumpre-nos informar que o mesmo foi internamente encaminhado para o nosso Núcleo de Projectos, da Divisão de Limpeza Urbana, a fim de cumprir os devidos efeitos.
Com os melhores cumprimentos.
CML/DMAU/DHURS
30 de Março de 2005
Ex.mo Senhor
Pedro Vieira
Na sequência do email enviado por V. Ex.a para o Departamento de Higiene Urbana e Resíduos Sólidos, em 20 de Janeiro p.p., cumpre-nos informar que a implementação da recolha selectiva em Santa Catarina encontra-se já equacionada.
No entanto, o Departamento encontra-se a desenvolver outros projectos, não havendo, ainda, uma previsão para a implementação referida.
Certos da melhor compreensão, apresentamos a V. Ex.a os nossos melhores cumprimentos.
CML/DMAU/DHURS
30 de Março de 2005
Exmo. Senhor Eng. Veríssimo Esteves Pinto:
Por mim, pode V. Exa. continuar a desenvolver todos e mais alguns projectos. E, sinceramente, estou já pouco me importando com o facto de estar a ser «equacionada» (será, por certo, uma derivada de terceiro grau) a implementação da recolha selectiva em Santa Catarina. Desde Maio do ano passado - altura em que foi encerrado o tráfego na zona de Santa Catarina - que V. Exa. e os serviços camarários prometem estar a estudar, a ponderar, a desenvolver projectos, a pensar implementar, etc., etc..
A minha paciência (e esperança), confesso, já se esgotou. Eu que desde que vivo há 10 anos em Santa Catarina sempre fiz recolha selectiva, deixarei de o fazer a partir de agora. Ficarei, aliás, satisfeitíssimo, pois continuarei a pagar o mesmo de taxa de saneamento e nem tenho assim de gastar tempo a
separar vidro, plástico, papel e latas de metal - vai tudo para o saco e metido no contentor.
Julgo que todos ficamos satisfeitos: eu - que não tenho trabalho -; V. Exas. - que não têm a chatice de colocar e gerir ecopontos ou sistemas de recolha selectiva - e a Valorsul - que fica assim com mais combustível para produzir electricidade.
Em todo o caso, terei o escrúpulo de enviar toda esta troca de e-mails ao vereador de Ambiente e ao presidente da autarquia, questionando-os se julgam razoável este tipo de conduta num assunto que me parece de tão fácil implementação (a colocação do «raio» de um ecoponto no interior de Santa
Catarina).
Com os melhores cumprimentos.
Pedro Almeida Vieira
Nota: Mandei, mas não valeu a pena. Não obtive resposta
1 de Abril de 2005
Ex.mo Senhor Pedro Vieira
Na sequência do e-mail enviado por V. Ex.a para o Departamento de Higiene Urbana e Resíduos Sólidos, em 30 de Março p.p., cumpre-nos informar que, relativamente ao assunto em epígrafe, o mesmo foi internamente encaminhado para o Núcleo de Projectos deste Departamento, a fim de cumprir os devidos
efeitos.
Com os nossos melhores cumprimentos.
CML/DMAU/DHURS
Nota: Terminaram aqui as comunicações. E a minha separação de lixos....
10/25/2005
Farpas Verdes CDXVII
Eu, ambientalista convicto me confesso: este fim-de-semana estive a fazer «limpeza de papéis» em minha casa. Tenho ali uns bons quilos de papel para fazer sair. Pois bem, amanhã os colocarei no contentor geral do lixo*.
Este acto, pouco abonatório, confesso, tem uma jsutificação. Desde 20 de Maio do ano passado, contactei os serviços da autarquia para que colocassem no bairro de Santa Catarina, em Lisboa, um ecopontos, visto que o mais próximo fica a cerca de 400 metros de distância (em ruas íngremes). Da autarquia responderam-me, por e-mail, que estava em estudo um sistema de recolha porta-a-porta para esta zona. Para breve, adiantaram. Pedi para me indicarem um prazo. Ainda não o tinham, alegaram. Pedi que, enquanto estudavam e analisavam, que metessem um ecoponto; logo o retirariam depois de implantar o sistema porta-a-porta. Responderam que os camiões da recolha não cabiam nas ruas. Achei demais, porque há quatro ruas de acesso ao bairro (duas de entrada e duas de saída) que têm largura mais que suficiente.
Portanto, eu que vivo nesta zona há cerca de 10 anos, que andei a acarretar latas, garrafas e papel para a autarquia reciclar, cansei-me de me sacrificar por alguém (autarquia) que não se sacrifica. E isso mesmo disse à autarquia de Lisboa. Sei que valeu de nada; mas foi a melhor forma de protestar, enquanto aguardo pela mudança de mentalidades na referida autarquia.... embora com pouca esperança.
* - Na verdade, apenas existe um contentor para uma rua inteira; que claro, está sempre cheio, de modo que, pela noite, está a esquina da dita rua inundada de sacos e saquetas até à chegada do camião.
Eu, ambientalista convicto me confesso: este fim-de-semana estive a fazer «limpeza de papéis» em minha casa. Tenho ali uns bons quilos de papel para fazer sair. Pois bem, amanhã os colocarei no contentor geral do lixo*.
Este acto, pouco abonatório, confesso, tem uma jsutificação. Desde 20 de Maio do ano passado, contactei os serviços da autarquia para que colocassem no bairro de Santa Catarina, em Lisboa, um ecopontos, visto que o mais próximo fica a cerca de 400 metros de distância (em ruas íngremes). Da autarquia responderam-me, por e-mail, que estava em estudo um sistema de recolha porta-a-porta para esta zona. Para breve, adiantaram. Pedi para me indicarem um prazo. Ainda não o tinham, alegaram. Pedi que, enquanto estudavam e analisavam, que metessem um ecoponto; logo o retirariam depois de implantar o sistema porta-a-porta. Responderam que os camiões da recolha não cabiam nas ruas. Achei demais, porque há quatro ruas de acesso ao bairro (duas de entrada e duas de saída) que têm largura mais que suficiente.
Portanto, eu que vivo nesta zona há cerca de 10 anos, que andei a acarretar latas, garrafas e papel para a autarquia reciclar, cansei-me de me sacrificar por alguém (autarquia) que não se sacrifica. E isso mesmo disse à autarquia de Lisboa. Sei que valeu de nada; mas foi a melhor forma de protestar, enquanto aguardo pela mudança de mentalidades na referida autarquia.... embora com pouca esperança.
* - Na verdade, apenas existe um contentor para uma rua inteira; que claro, está sempre cheio, de modo que, pela noite, está a esquina da dita rua inundada de sacos e saquetas até à chegada do camião.
Farpas Verdes CDXVI
Há qualquer coisa de politicamente nojento em cada descarga de suínos que afectam ciclicamente a ribeira dos Milagres (mais uma este fim-de-semana, claro está quando chove). Nunca se responsabiliza ninguém porque o Ministério do Ambiente nunca quis responsabilizar ninguém. Na zona dos Milagres, milagre sim é encontrar algum suinicultor que trate os seus esgotos e, portanto, a normalidade é todos poluirem. E como se sabe que, por norma, as penalizações apenas se exercem sobre actos anómalos, logo a lógica ambiental do Ministério do Ambiente é nada fazer porque afinal o acto normal é poluir.
Entretanto, pela leitura do Público, refere-se que para o início de Novembro está previsto o anúncio do vencedor do concurso para o tratamento dos efluentes das explorações suinícolas da região de Leiria e que em análise estão duas soluções técnicas - a digestão anaeróbia e a secagem térmica -, tendo-se apresentado a concurso oito consórcios.
Ora, a mim faz-me imensa impressão duas coisas: por um lado, ter-se desbaratado há uma dácada cerca de 600 mil contos em duas estações de tratamento que nunca funcionaram porque o sistema escolhido era economicamente ruinoso por necessitar de muita enrgia; por outro lado, não existir ainda uma única solução, colocando-se a concurso duas alternativas que são completamente opostas em termos energéticos. Com efeito, pelo que sei, a digestão anaeróbia pode produzir energia; a secagem térmica só consome energia. Não entende, portanto, como é possível o Ministério do Ambiente decidir qual a única solução a adoptar; é para isso que lá estão: para definir a melhor opção técnico-política.
Há qualquer coisa de politicamente nojento em cada descarga de suínos que afectam ciclicamente a ribeira dos Milagres (mais uma este fim-de-semana, claro está quando chove). Nunca se responsabiliza ninguém porque o Ministério do Ambiente nunca quis responsabilizar ninguém. Na zona dos Milagres, milagre sim é encontrar algum suinicultor que trate os seus esgotos e, portanto, a normalidade é todos poluirem. E como se sabe que, por norma, as penalizações apenas se exercem sobre actos anómalos, logo a lógica ambiental do Ministério do Ambiente é nada fazer porque afinal o acto normal é poluir.
Entretanto, pela leitura do Público, refere-se que para o início de Novembro está previsto o anúncio do vencedor do concurso para o tratamento dos efluentes das explorações suinícolas da região de Leiria e que em análise estão duas soluções técnicas - a digestão anaeróbia e a secagem térmica -, tendo-se apresentado a concurso oito consórcios.
Ora, a mim faz-me imensa impressão duas coisas: por um lado, ter-se desbaratado há uma dácada cerca de 600 mil contos em duas estações de tratamento que nunca funcionaram porque o sistema escolhido era economicamente ruinoso por necessitar de muita enrgia; por outro lado, não existir ainda uma única solução, colocando-se a concurso duas alternativas que são completamente opostas em termos energéticos. Com efeito, pelo que sei, a digestão anaeróbia pode produzir energia; a secagem térmica só consome energia. Não entende, portanto, como é possível o Ministério do Ambiente decidir qual a única solução a adoptar; é para isso que lá estão: para definir a melhor opção técnico-política.
10/21/2005
Farpas Verdes CDXV
Em 2003 e 2004, o Algarve viu dizimado pelas chamas cerca de 30% do seu território (portanto, uma área percentual mais elevada da sua área florestal). Este ano, como seria de esperar, teria de arder muitíssimo menos. E, de facto, assim foi: ardeu apenas 1.816 hectares.
Ora, segundo notícia do Público de hoje, as autoridades algarvias estão eufóricas com os resultados obtidos este ano. O governador civil de Faro diz mesmo que «um dos factores do sucesso registado este ano tem a ver com a existência, pela primeira vez, de um comando único que articulou as 17 corporações algarvias», destacando também que se deveu à «existência de mais um helicóptero em permanência , sedeado durante a época de fogos em Cachopo, Tavira, que se juntou aos de Monchique e Loulé.».
Enfim, eu já espero tudo. Se porventura no ano X tiver ardido toda a floresta portuguesa, é certo e sabido que no ano X+1 venham os responsáveis político congratular-se de que não ardeu nada, porque se tornaram, de repenete, eficientes no combate aos incêndios...
Em 2003 e 2004, o Algarve viu dizimado pelas chamas cerca de 30% do seu território (portanto, uma área percentual mais elevada da sua área florestal). Este ano, como seria de esperar, teria de arder muitíssimo menos. E, de facto, assim foi: ardeu apenas 1.816 hectares.
Ora, segundo notícia do Público de hoje, as autoridades algarvias estão eufóricas com os resultados obtidos este ano. O governador civil de Faro diz mesmo que «um dos factores do sucesso registado este ano tem a ver com a existência, pela primeira vez, de um comando único que articulou as 17 corporações algarvias», destacando também que se deveu à «existência de mais um helicóptero em permanência , sedeado durante a época de fogos em Cachopo, Tavira, que se juntou aos de Monchique e Loulé.».
Enfim, eu já espero tudo. Se porventura no ano X tiver ardido toda a floresta portuguesa, é certo e sabido que no ano X+1 venham os responsáveis político congratular-se de que não ardeu nada, porque se tornaram, de repenete, eficientes no combate aos incêndios...
10/19/2005
Farpas Verdes CDXIV
Nos manuais da política (ou da politiquice) ensina-se que se deve criar um facto político mediático para desviar a atenção de uma polémica real. Perante um Orçamento de Estado que não consegue explicar tantos cortes orçamentais, tanto agravamento de impostos e simultaneamente a insistência em projectos megalómanos como o aeroporto da Ota e do TGV, o primeiro-ministro José Sócrates veio «anunciar» que a co-incineração de resíduos perigosos é para avançar. Este anúncio é perfeitamente extemporâneo e apenas vai criar ruído num processo que está inquinado. Sócrates sabe que jamais conseguirá fazer co-incineração em Souselas e no Outão, mas convém-lhe, por agora, criar uma «batalha» para ocupar a comunicação social com outras coisas que não seja o Orlamento de Estado.
Nos manuais da política (ou da politiquice) ensina-se que se deve criar um facto político mediático para desviar a atenção de uma polémica real. Perante um Orçamento de Estado que não consegue explicar tantos cortes orçamentais, tanto agravamento de impostos e simultaneamente a insistência em projectos megalómanos como o aeroporto da Ota e do TGV, o primeiro-ministro José Sócrates veio «anunciar» que a co-incineração de resíduos perigosos é para avançar. Este anúncio é perfeitamente extemporâneo e apenas vai criar ruído num processo que está inquinado. Sócrates sabe que jamais conseguirá fazer co-incineração em Souselas e no Outão, mas convém-lhe, por agora, criar uma «batalha» para ocupar a comunicação social com outras coisas que não seja o Orlamento de Estado.
10/17/2005
Farpas Verdes CDXIII
A ideia (vd. aqui) de encetar um abate discriminado às aves migratórias para diminuir o risco de uma eventual contaminação da gripe das aves é uma ideia peregrina e perigosa. Primeiro, porque jamais o conseguiria reduzir a zero - nem coisa parecida, esse risco -, a menos que se abatesse tudo o que tenha asas e entre no «espaço aéreo» português. Segundo, porque o próprio manuseamento dessas aves seria mais perigoso do que deixá-las à solta. Terceiro, abates indiscriminados, pode colocar em risco aves protegidas sem que daí advenha qualquer vantagem de saúde pública. Aliás, no meio disto, está bem de se ver quem lança estas ideias: os caçadores; basta ver já a pressão da associação dos caçadores de regime livre a rogarem o direito de também dar ao gatilho livremente...
Por mim, a melhor medida seria tão simplesmente proibir a caça este ano por razões de saúde pública, reforçando sim o controlo sanitário das aves domésticas (aviários). Tudo o resto, é mera carnificina.
A ideia (vd. aqui) de encetar um abate discriminado às aves migratórias para diminuir o risco de uma eventual contaminação da gripe das aves é uma ideia peregrina e perigosa. Primeiro, porque jamais o conseguiria reduzir a zero - nem coisa parecida, esse risco -, a menos que se abatesse tudo o que tenha asas e entre no «espaço aéreo» português. Segundo, porque o próprio manuseamento dessas aves seria mais perigoso do que deixá-las à solta. Terceiro, abates indiscriminados, pode colocar em risco aves protegidas sem que daí advenha qualquer vantagem de saúde pública. Aliás, no meio disto, está bem de se ver quem lança estas ideias: os caçadores; basta ver já a pressão da associação dos caçadores de regime livre a rogarem o direito de também dar ao gatilho livremente...
Por mim, a melhor medida seria tão simplesmente proibir a caça este ano por razões de saúde pública, reforçando sim o controlo sanitário das aves domésticas (aviários). Tudo o resto, é mera carnificina.
10/15/2005
Farpas Verdes CDXII
Vale a pena ler um post publicado na Ambio, da autoria de Luís Silva Reis, intitulado «As pirotragédias e os Serviços Florestais na 2ª metade do século XX». Está lá, em parte, uma das causas políticas e institucionais para esta catástrofe dos incêndios florestais. E demonstra que não é um acidente; é uma consequência...
Vale a pena ler um post publicado na Ambio, da autoria de Luís Silva Reis, intitulado «As pirotragédias e os Serviços Florestais na 2ª metade do século XX». Está lá, em parte, uma das causas políticas e institucionais para esta catástrofe dos incêndios florestais. E demonstra que não é um acidente; é uma consequência...
Farpas Verdes CDXI
Na quinta-feira, com um dia de atraso, saiu o mais recente relatório da Direcção-Geral das Florestal com o saldo (até agora) final desta época de incêndios: 393 mil hectares. Como entretanto chouveu, parece que esta questão fez sair da memória dos principais jornais este balanço e nem o Diário de Notícias nem o Público noticiaram na edição de sexta-feira.
Em todo o caso, o Público veio revelar um aspecto curioso sobre as verbas que provieram daquele fundo que sai da gasolina: o Fundo Florestal Permanente: houve conflitosde interesses na distribuição das verbas. Eis aqui uma parte, retirada do artigo da jornalista Ana Fernandes:
«As acusações sobre o conflito de interesses por parte de dois membros do gabinete do ex-ministro da Agricultura, Costa Neves, baseiam-se na suspeita de que terá havido intervenção destes assessores, com ligações a associações florestais, na elaboração de uma lista com 30 candidaturas a que o governante decidiu dar prioridade. Contactado pelo PÚBLICO, Costa Neves afirmou: "O tempo ia passando e, apesar de já existirem projectos com pareceres positivos, estavam à espera da avaliação de outros para poderem avançar, pelo que determinei que se fizesse uma avaliação por etapas." Sobre a lista preparada pelo gabinete, diz o o antigo ministro: "Concordei porque os projectos cobriam todo o país.»
Para o ano há mais incêndios; ou antes disso, só Deus o saberá.
Na quinta-feira, com um dia de atraso, saiu o mais recente relatório da Direcção-Geral das Florestal com o saldo (até agora) final desta época de incêndios: 393 mil hectares. Como entretanto chouveu, parece que esta questão fez sair da memória dos principais jornais este balanço e nem o Diário de Notícias nem o Público noticiaram na edição de sexta-feira.
Em todo o caso, o Público veio revelar um aspecto curioso sobre as verbas que provieram daquele fundo que sai da gasolina: o Fundo Florestal Permanente: houve conflitosde interesses na distribuição das verbas. Eis aqui uma parte, retirada do artigo da jornalista Ana Fernandes:
«As acusações sobre o conflito de interesses por parte de dois membros do gabinete do ex-ministro da Agricultura, Costa Neves, baseiam-se na suspeita de que terá havido intervenção destes assessores, com ligações a associações florestais, na elaboração de uma lista com 30 candidaturas a que o governante decidiu dar prioridade. Contactado pelo PÚBLICO, Costa Neves afirmou: "O tempo ia passando e, apesar de já existirem projectos com pareceres positivos, estavam à espera da avaliação de outros para poderem avançar, pelo que determinei que se fizesse uma avaliação por etapas." Sobre a lista preparada pelo gabinete, diz o o antigo ministro: "Concordei porque os projectos cobriam todo o país.»
Para o ano há mais incêndios; ou antes disso, só Deus o saberá.
10/12/2005
Farpas Verdes CDX
Surgem uma chuvitas e aí seguem as pequenas/grandes inundações. Do mal, o menos: pelo menos deverão acabar os fogos florestais... este ano, que para o ano há mais. A seca, essa, ainda se manterá, por enquanto. Ah, e já agora, preparem-se para ver em breve as águas das torneiras a sairem mais turvas e com sabor a lixívia...
Surgem uma chuvitas e aí seguem as pequenas/grandes inundações. Do mal, o menos: pelo menos deverão acabar os fogos florestais... este ano, que para o ano há mais. A seca, essa, ainda se manterá, por enquanto. Ah, e já agora, preparem-se para ver em breve as águas das torneiras a sairem mais turvas e com sabor a lixívia...
Farpas Verdes CDIX
Não tenho muito tempo - nem paciência, convenhamos - para escrever e fazer rescaldos sobre as eleições autárquicas, mas apenas três pequenos apontamentos de cariz ambiental:
a) Até há uns anos eram frequentes os boicotes eleitorais de cariz mais ou menos ambientalistas, sobretudo por causa da falta de saneamento. Desta vez, não houve nada. Quem me dera que isso fosse por terem sido resolvidos todos os problemas de saneamento básico, mas desconfio que seja mais por inércia ou por se ter perdido a capacidade de indignação.
b) Em 1997 e em 2001 fiz para a extinta Forum Ambiente dois rankings do desempenho ambiental das autarquias. Em 1997 a autarquia de Amarante ficou em último lugar; em 2001 ficou Felgueiras. Tenho pena de não ter tido oportunidade de fazer uma nova actualização, mas certo é que estes dois concelhos são os que mais atrasados estão no sector do saneamento básico. Contudo, ambos os presidentes foram reeleitos (quanto ao de Amarante, do mal o menos... e não morro, por certo, de amores do presidente da autarquia, Armindo Abreu, que me «obrigou» a ir três vezes a julgamento a Amarante em 2000 para ser ilibado de abuso de liberdade de imprensa).
c) Esperava uma melhor votação de José Sá Fernandes para a autarquia de Lisboa; julguei mesmo seria possível chegar-se aos 15%. Ficou-se pela metade, embora eleito. Contudo, penso que irá desempenhar um excelente papel na autarquia e ser uma voz crítica perante Carmona Rodrigues. Aliás, se Carmona Rodrigues tiver uma boa oposição - política, mas não politiqueira - poderá fazer um bom mandato; até porque ele, na verdade, agora como presidente certamente não fará aquilo que teve de fazer por «imposição/agradecimento» a Santana Lopes. Carmona emancipou-se e, por isso, poderemos pedir-lhe mais responsabilidades; e coerência nas políticas com incidências ambientais...
Não tenho muito tempo - nem paciência, convenhamos - para escrever e fazer rescaldos sobre as eleições autárquicas, mas apenas três pequenos apontamentos de cariz ambiental:
a) Até há uns anos eram frequentes os boicotes eleitorais de cariz mais ou menos ambientalistas, sobretudo por causa da falta de saneamento. Desta vez, não houve nada. Quem me dera que isso fosse por terem sido resolvidos todos os problemas de saneamento básico, mas desconfio que seja mais por inércia ou por se ter perdido a capacidade de indignação.
b) Em 1997 e em 2001 fiz para a extinta Forum Ambiente dois rankings do desempenho ambiental das autarquias. Em 1997 a autarquia de Amarante ficou em último lugar; em 2001 ficou Felgueiras. Tenho pena de não ter tido oportunidade de fazer uma nova actualização, mas certo é que estes dois concelhos são os que mais atrasados estão no sector do saneamento básico. Contudo, ambos os presidentes foram reeleitos (quanto ao de Amarante, do mal o menos... e não morro, por certo, de amores do presidente da autarquia, Armindo Abreu, que me «obrigou» a ir três vezes a julgamento a Amarante em 2000 para ser ilibado de abuso de liberdade de imprensa).
c) Esperava uma melhor votação de José Sá Fernandes para a autarquia de Lisboa; julguei mesmo seria possível chegar-se aos 15%. Ficou-se pela metade, embora eleito. Contudo, penso que irá desempenhar um excelente papel na autarquia e ser uma voz crítica perante Carmona Rodrigues. Aliás, se Carmona Rodrigues tiver uma boa oposição - política, mas não politiqueira - poderá fazer um bom mandato; até porque ele, na verdade, agora como presidente certamente não fará aquilo que teve de fazer por «imposição/agradecimento» a Santana Lopes. Carmona emancipou-se e, por isso, poderemos pedir-lhe mais responsabilidades; e coerência nas políticas com incidências ambientais...
10/08/2005
Farpas Verdes CDVIII
Lembram-se em Junho passado o Governo anunciar o contrato para aluguer de meios aéreos para o combate aos incêndios florestais? Lembram-se do ridículo de esse contrato ir até à precisão do cêntimo (mais precisamente 9.439.451 euros e 28 cêntimos)? Lembram-se de eu chamar a atenção que tanto meio aéreo assim oferecido com tão poucas horas contratadas havia de custar-nos bem caro (vd. Farpas Verdes CCXLI de 15 de Junho)? Lembram-se que em Julho já o ministro António Costa falava que as horas contratadas já se estavam a esgotar?
Pois bem, eis a factura a pagar, de acordo com o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil: pelo menos, 21,3 milhões de euros. Ou seja, gastou-se mais 2,4 milhões de contos (em moeda antiga) do que aquilo que se previa, mandando-se às malvas o rigor dos cêntimos. E o benefício deste acréscimo deixa muito a desejar...
Lembram-se em Junho passado o Governo anunciar o contrato para aluguer de meios aéreos para o combate aos incêndios florestais? Lembram-se do ridículo de esse contrato ir até à precisão do cêntimo (mais precisamente 9.439.451 euros e 28 cêntimos)? Lembram-se de eu chamar a atenção que tanto meio aéreo assim oferecido com tão poucas horas contratadas havia de custar-nos bem caro (vd. Farpas Verdes CCXLI de 15 de Junho)? Lembram-se que em Julho já o ministro António Costa falava que as horas contratadas já se estavam a esgotar?
Pois bem, eis a factura a pagar, de acordo com o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil: pelo menos, 21,3 milhões de euros. Ou seja, gastou-se mais 2,4 milhões de contos (em moeda antiga) do que aquilo que se previa, mandando-se às malvas o rigor dos cêntimos. E o benefício deste acréscimo deixa muito a desejar...
10/06/2005
Derivações Ambientais XXXI
Quem souber um bocadito de estatística e de sociologia, sabe bem que as sondagens que são apresentadas pelos diferentes órgãos de comunicação social fazem parte do «jogo mediático» de fazer notícias e animar o despique, porque sinceramente têm tudo menos rigor científico. É certo que, para enganar o pagode, se apresenta sempre a ficha técnica da ordem que, grosso modo, diz isto: No Concelho X, a amostra é constituída por N entrevistas, das quais Z% do sexo feminino. O erro de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95% é de mais ou menos Y%.
Pois bem, o problema não está nos cálculos do erros de amostragem, mas sim na própria amostragem em si. Uma amostragem nas intenções de voto, em si mesmo, é uma tentativa de reconhecer o universo da população local. É certo que quantas mais pessoas eu questionar, mais certo estarei da realidade, mas a metodologia pré-amostragem, também é fundamental, sobretudo em casos de cidades como Lisboa com 540 mil eleitores em que encontramos uma grande multiplicidade de factores socio-económicos. Façamos a comparação com uma amostragem para um estudo biológico: se eu quiser estudar uma floresta, terei de fazer uma amostragem nos diversos habitats aí existentes. Se só fizer numa zona irei extrapolar resultados que nada representam da realidade.
Ora, voltando à questão da sondagem eleitoral, vejamos a última sondagem da TVI. No caso de Lisboa, na ficha técnica dizem que entrevistaram 1001 pessoas: isto representa uns míseros 0,19% dos eleitores. É uma percentagem diminuta, sobretudo se a montante não tiver existido uma escolha criteriosa das zonas a amostrar.
Mas, façamos outro exercício para ver o fraco rigor destas sondagens: no concelho de Felgueiras - que tem um pouco menos de 45 mil eleitores - a empresa que trabalhou para a TVI fez 826 entrevistas. Isto dá 1,83% dos eleitores - ou seja, quase 10 vezes mais do que em Lisboa. Contudo, a margem de erro neste concelho é de 3,4%, estranhamente superior a Lisboa (que é de 3,1%). Ora, não apenas se torna dificil de compreender esta diferença na margem de erro como na opção de escolher percentagens distintas na amostragem aos eleitores. Porque se assim fosse, das duas uma: ou em Lisboa teriam de fazer 9641 entrevistas (para que a percentagem de eleitores aqui fosse idêntica a Felgueiras), ou então em Felgueiras deveriam ter apenas feito 85 entrevistas (para que a percentagem de eleitores aqui fosse idêntica a Lisboa). Claro está que se optasse pela primeira alternativa, o custo seria enormíssimo; se optassem pela segunda ninguém acreditaria na sondagem de Felgueiras (com apenas 85 entrevistas). Mas, na verdade, aquilo que a empresa que trabalhou para a TVI fez vem dar ao mesmo: apenas 1001 entrevistas em Lisboa é o mesmo que fazer 85 em Felgueiras. Com a agravante que na capital de Portugal o tecido socio-económico é bastante mais diferenciado. É por isso, em cidades como Lisboa e Porto - e isso viu-se bem nas eleições de 2001 -, as sondagens quase sempre erram e muito...
Quem souber um bocadito de estatística e de sociologia, sabe bem que as sondagens que são apresentadas pelos diferentes órgãos de comunicação social fazem parte do «jogo mediático» de fazer notícias e animar o despique, porque sinceramente têm tudo menos rigor científico. É certo que, para enganar o pagode, se apresenta sempre a ficha técnica da ordem que, grosso modo, diz isto: No Concelho X, a amostra é constituída por N entrevistas, das quais Z% do sexo feminino. O erro de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95% é de mais ou menos Y%.
Pois bem, o problema não está nos cálculos do erros de amostragem, mas sim na própria amostragem em si. Uma amostragem nas intenções de voto, em si mesmo, é uma tentativa de reconhecer o universo da população local. É certo que quantas mais pessoas eu questionar, mais certo estarei da realidade, mas a metodologia pré-amostragem, também é fundamental, sobretudo em casos de cidades como Lisboa com 540 mil eleitores em que encontramos uma grande multiplicidade de factores socio-económicos. Façamos a comparação com uma amostragem para um estudo biológico: se eu quiser estudar uma floresta, terei de fazer uma amostragem nos diversos habitats aí existentes. Se só fizer numa zona irei extrapolar resultados que nada representam da realidade.
Ora, voltando à questão da sondagem eleitoral, vejamos a última sondagem da TVI. No caso de Lisboa, na ficha técnica dizem que entrevistaram 1001 pessoas: isto representa uns míseros 0,19% dos eleitores. É uma percentagem diminuta, sobretudo se a montante não tiver existido uma escolha criteriosa das zonas a amostrar.
Mas, façamos outro exercício para ver o fraco rigor destas sondagens: no concelho de Felgueiras - que tem um pouco menos de 45 mil eleitores - a empresa que trabalhou para a TVI fez 826 entrevistas. Isto dá 1,83% dos eleitores - ou seja, quase 10 vezes mais do que em Lisboa. Contudo, a margem de erro neste concelho é de 3,4%, estranhamente superior a Lisboa (que é de 3,1%). Ora, não apenas se torna dificil de compreender esta diferença na margem de erro como na opção de escolher percentagens distintas na amostragem aos eleitores. Porque se assim fosse, das duas uma: ou em Lisboa teriam de fazer 9641 entrevistas (para que a percentagem de eleitores aqui fosse idêntica a Felgueiras), ou então em Felgueiras deveriam ter apenas feito 85 entrevistas (para que a percentagem de eleitores aqui fosse idêntica a Lisboa). Claro está que se optasse pela primeira alternativa, o custo seria enormíssimo; se optassem pela segunda ninguém acreditaria na sondagem de Felgueiras (com apenas 85 entrevistas). Mas, na verdade, aquilo que a empresa que trabalhou para a TVI fez vem dar ao mesmo: apenas 1001 entrevistas em Lisboa é o mesmo que fazer 85 em Felgueiras. Com a agravante que na capital de Portugal o tecido socio-económico é bastante mais diferenciado. É por isso, em cidades como Lisboa e Porto - e isso viu-se bem nas eleições de 2001 -, as sondagens quase sempre erram e muito...
10/05/2005
Farpas Verdes CDVII
No dia 28 de Junho (ver Farpas Verdes CCXLIII) escrevi que as minhas previsões para o final de Setembro (portanto fim do ano hidrológico) no armazenamento das albufeiras espanholas do Tejo seriam entre 25% e 30%. Falhei, mas não por muito: acabou em 33,4%. É, em todo o caso, um valor baixíssimo: menos 1.725 hectómetros cúbicos (hm3) do que a média da última década. Ou seja, quase duas albufeiras de Castelo de Bode (volume útil de 900 hm3).
No meio disto tudo, claro, lá temos o nosso Ministério do Ambiente a prometer novas barragens, tranvases e o mais que implique betão e gastos de dinheiro. Mas em relação a uma campanha para uma utilização mais regrada da água, népia...
No dia 28 de Junho (ver Farpas Verdes CCXLIII) escrevi que as minhas previsões para o final de Setembro (portanto fim do ano hidrológico) no armazenamento das albufeiras espanholas do Tejo seriam entre 25% e 30%. Falhei, mas não por muito: acabou em 33,4%. É, em todo o caso, um valor baixíssimo: menos 1.725 hectómetros cúbicos (hm3) do que a média da última década. Ou seja, quase duas albufeiras de Castelo de Bode (volume útil de 900 hm3).
No meio disto tudo, claro, lá temos o nosso Ministério do Ambiente a prometer novas barragens, tranvases e o mais que implique betão e gastos de dinheiro. Mas em relação a uma campanha para uma utilização mais regrada da água, népia...
10/03/2005
Farpas Verdes CDVI
Francisco Castro Rego, o actual director-geral dos Recursos Florestais, é porventura uma das pessoas que mais sabe de florestas e incêndios florestais. Assumiu o cargo há cinco meses. Em Junho nunca o ouvi dizer nada. Em Julho idem. Em Agosto idem. Em Setembro idem. Dá hoje, dia 3 de Outubro, uma entrevista ao Público. Concordo com o seu diagnóstico e propostas. Mas, que raio, qual será a razão para só agora falar (ou o deixarem falar)?
Francisco Castro Rego, o actual director-geral dos Recursos Florestais, é porventura uma das pessoas que mais sabe de florestas e incêndios florestais. Assumiu o cargo há cinco meses. Em Junho nunca o ouvi dizer nada. Em Julho idem. Em Agosto idem. Em Setembro idem. Dá hoje, dia 3 de Outubro, uma entrevista ao Público. Concordo com o seu diagnóstico e propostas. Mas, que raio, qual será a razão para só agora falar (ou o deixarem falar)?
Farpas Verdes CDV
Como no combate aos fogos florestais, as fases Alpha e Brava deram barraca, e a fase Charlie está a dar no que se vê (grandes incêndios em Figueira da Foz e Viseu), sugiro ao Governo que meta já em acção em simultâneo as fases Delta, Echo, Foxtrot, Golf, Hotel, India, Juliet, Kilo, Lima, Mike, November, Oscar, Papa, Quebec, Romeo, Sierra, Tango, Uniform, Victor, Whiskey, Xray, Yankee e Zulu. Pode ser que alguma delas, por um mero acaso, resulte...
Como no combate aos fogos florestais, as fases Alpha e Brava deram barraca, e a fase Charlie está a dar no que se vê (grandes incêndios em Figueira da Foz e Viseu), sugiro ao Governo que meta já em acção em simultâneo as fases Delta, Echo, Foxtrot, Golf, Hotel, India, Juliet, Kilo, Lima, Mike, November, Oscar, Papa, Quebec, Romeo, Sierra, Tango, Uniform, Victor, Whiskey, Xray, Yankee e Zulu. Pode ser que alguma delas, por um mero acaso, resulte...
10/02/2005
À Margem Ambiental LXXXIII
Coloquei no blog-irmão Reportagens Ambientais um texto que saiu na semana passada na revista Grande Reportagem (foi, aliás, capa). É extremamente oportuno numa altura de eleições autárquicas , pois aborda um autarca que conseguiu revolucionar um pequeno concelho afastado do litoral... e que não se vai recandidatar.
Já agora, aproveito para informar, que o meu endereço de e-mail, aqui ao lado, mudou. Reclamações e sugestões de carácter privado deverão ser enviadas para estragodanacao@clix.pt. As outras, podem continuar a ser colocadas nos comentários; nem sempre respondo (disponibilidade falta), mas todas são consideradas.
Coloquei no blog-irmão Reportagens Ambientais um texto que saiu na semana passada na revista Grande Reportagem (foi, aliás, capa). É extremamente oportuno numa altura de eleições autárquicas , pois aborda um autarca que conseguiu revolucionar um pequeno concelho afastado do litoral... e que não se vai recandidatar.
Já agora, aproveito para informar, que o meu endereço de e-mail, aqui ao lado, mudou. Reclamações e sugestões de carácter privado deverão ser enviadas para estragodanacao@clix.pt. As outras, podem continuar a ser colocadas nos comentários; nem sempre respondo (disponibilidade falta), mas todas são consideradas.
10/01/2005
À Margem Ambiental LXXXII
É sempre agradável - e estimulante - olhar o crescimento sustentável do blog Estrago da Nação (dados do Sitemeter) - infelizmente em contraste com o insustentável Estrago da (nossa) Nação. Ainda não cheguei às 5000 visitas mensais, mas para lá caminharei se os meus leitores assim me honrarem.
É sempre agradável - e estimulante - olhar o crescimento sustentável do blog Estrago da Nação (dados do Sitemeter) - infelizmente em contraste com o insustentável Estrago da (nossa) Nação. Ainda não cheguei às 5000 visitas mensais, mas para lá caminharei se os meus leitores assim me honrarem.
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