10/17/2005

Farpas Verdes CDXIII

A ideia (vd. aqui) de encetar um abate discriminado às aves migratórias para diminuir o risco de uma eventual contaminação da gripe das aves é uma ideia peregrina e perigosa. Primeiro, porque jamais o conseguiria reduzir a zero - nem coisa parecida, esse risco -, a menos que se abatesse tudo o que tenha asas e entre no «espaço aéreo» português. Segundo, porque o próprio manuseamento dessas aves seria mais perigoso do que deixá-las à solta. Terceiro, abates indiscriminados, pode colocar em risco aves protegidas sem que daí advenha qualquer vantagem de saúde pública. Aliás, no meio disto, está bem de se ver quem lança estas ideias: os caçadores; basta ver já a pressão da associação dos caçadores de regime livre a rogarem o direito de também dar ao gatilho livremente...

Por mim, a melhor medida seria tão simplesmente proibir a caça este ano por razões de saúde pública, reforçando sim o controlo sanitário das aves domésticas (aviários). Tudo o resto, é mera carnificina.

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