11/01/2006

Há 250 anos, um dia de pânico em Lisboa

Não deve ter sido nada agradável, o dia 1 de Novembro de 1756, exactamente um ano após o terramoto que destruiu Lisboa e outras zonas do país e até do estrangeiro. Numa época em que se julgava serem os sismos atribuíveis aos pecados terrenos (são vários os sermões e escritos religiosos que apontavam essa causa), surgiram então várias profecias (uma das quais do padre Gabriel Malagrida) que previam um novo e ainda mais destrutivo terramoto. Tanto era o alarme que Lisboa ameaçou esvaziar-se. Daí que no dia 29 de Outubro sairia uma ordem do então recém-nomeado secretário de Estado do Reino (equivalente a primeiro-ministro), Sebastião José de Carvalho e Melo, a proibir qualquer pessoa a sair de Lisboa até ao fim do dia 1 de Novembro. E o padre Malagrida acabou mesmo sendo deportado para Setúbal, que na altura era uma espécie de cú de Judas do país, devido ao seu isolamento (ainda não havia ponte 25 de Abril nem Vasco da Gama, e a região agora constituída pelo distrito de Setúbal era talvez a menos povoada do Reino).

O sismo, claro, não se repetiu nesse dia...

Nota: Lembram-se da autarquia de Lisboa ter prometido no ano passado fazer um sem-número de iniciativas evocativas do terramoto de 1755, com maquetes disto e daquilo, incluindo um simulador de terramotos? Ou andei bastante distraído ou não se fez absolutamente nada...

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