João Miranda - que não faço a mínima ideia de quem seja nem o que faz - escreve no Blasfémias, um dos mais populares blogs nacionais, onde também participam duas pessoas que conheço bem (João Gabriel Silva e mais recentemente a Helena Matos). João Miranda escreve bem, no sentido de que expõe as suas ideias com desenvoltura. João Miranda, pelo que por vezes leio, assume-se como um liberal, no sentido economicista do termo. João Miranda também gosta de escrever sobre ambiente. Mas sobre esta temática, Joao Miranda escolhe sempre uma visão «fracturante», caricaturando os seus supostos «adversários», negando tudo, mesmo as evidências. atacando todos, chamando-lhes alarmistas, fundamentalistas e outras coisas que tais.
Hoje, João Miranda «atira-se» aos jornais que divulgaram com destaque o Relatório Stern, que parece ele não ter também lido. E tem depois uma pérola neste post. Escreve ele que «para se chegar a um relatório sobre os impactos económicos das emissões do CO2 é necessário», entre outras coisas, «estimar o impacto no clima de todos os factores naturais e antropogénicos (gases de estufa, uso da terra, radiação solar directa, raios cósmicos, aerosois naturais e de origem antropogénica, efeitos de feedback positivos e negativos etc)». Até aqui tudo bem, mas esborra a pintura - estatela-se mesmo ao comprido - quando acrescenta que «é sobre isto que é suposto haver consenso, mas pelos vistos há quem discorde», adiantando mesmo, mais à frente, que «actualmente a comunidade científica ainda discute se [aquela premissa] está correcta».
Antes de ler isto, pensava que era por tique liberalista que João Miranda escrevia disparates sobre temas ambientais. Agora penso que é por pura ignorância.
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