Deus me livre de uma coisa destas....
Presunção e água benta, cada um toma a que quer - já diz o dito popular. Mas mesmo que a presunção e a dita água benta sejam merecidas, convém que o agraciado tenha alguma humilde, pés assentes na terra e não alinhe em pacóvios provincianismos.
Vem isto a propósito de ter reparado, embora as primeiras notícias (consultando o Google) sejam de Novembro passado, que a autarquia de Ponte de Sôr decidiu criar um prémio literário (ou uma série deles). Para jovens escritores até aos 25 anos. Não me apetece comentar sobre a multiplicação de prémios literários em Portugal protagonizados por autarquias. Na verdade, se abordo este prémio literário - e, por norma, raramente disserto sobre questões literárias no Estrago da Nação - é por uma simples razão: o dito prémio chama-se «José Luís Peixoto». Ora, José Luís Peixoto tem, salvo erro, para aí uns 35 anos, meia dúzia de livros e peças publicadas. Ora, não estando aqui em causa o seu mérito de escritor - que reconheço ter, embora como leitor não seja muito apreciador -, já merece estupefacção que tenha concedido, na sua tenra idade, a dar nome ao dito prémio.
Bem se pode argumentar que, sendo filho da terra - e provavelmente faltando mais escritores que sejam naturais deste concelho -, aceitou por educação e deferência. Porém, já soa a pedantismo de popstar quando se lê o artigo 15º do regulamento, que reza assim:
«A entrega dos prémios será feita em sessão pública a determinar pela Câmara Municipal de Ponte de Sôr de acordo com as disponibilidades do escritor José Luís Peixoto que deverá, sempre que possível, estar presente na cerimónia (sic)».
Ah, e claro: sabem quem é o presidente do júri do «Prémio José Luís Peixoto»? Correcto, José Luís Peixoto, himself.
Presunção e água benta, cada um toma a que quer - já diz o dito popular. Mas mesmo que a presunção e a dita água benta sejam merecidas, convém que o agraciado tenha alguma humilde, pés assentes na terra e não alinhe em pacóvios provincianismos.
Vem isto a propósito de ter reparado, embora as primeiras notícias (consultando o Google) sejam de Novembro passado, que a autarquia de Ponte de Sôr decidiu criar um prémio literário (ou uma série deles). Para jovens escritores até aos 25 anos. Não me apetece comentar sobre a multiplicação de prémios literários em Portugal protagonizados por autarquias. Na verdade, se abordo este prémio literário - e, por norma, raramente disserto sobre questões literárias no Estrago da Nação - é por uma simples razão: o dito prémio chama-se «José Luís Peixoto». Ora, José Luís Peixoto tem, salvo erro, para aí uns 35 anos, meia dúzia de livros e peças publicadas. Ora, não estando aqui em causa o seu mérito de escritor - que reconheço ter, embora como leitor não seja muito apreciador -, já merece estupefacção que tenha concedido, na sua tenra idade, a dar nome ao dito prémio.
Bem se pode argumentar que, sendo filho da terra - e provavelmente faltando mais escritores que sejam naturais deste concelho -, aceitou por educação e deferência. Porém, já soa a pedantismo de popstar quando se lê o artigo 15º do regulamento, que reza assim:
«A entrega dos prémios será feita em sessão pública a determinar pela Câmara Municipal de Ponte de Sôr de acordo com as disponibilidades do escritor José Luís Peixoto que deverá, sempre que possível, estar presente na cerimónia (sic)».
Ah, e claro: sabem quem é o presidente do júri do «Prémio José Luís Peixoto»? Correcto, José Luís Peixoto, himself.
1 comentário:
os premios literarios sao sempre a mesma coisa, sempre para os mesmos, hoje sao premiados (pelos amigos), amanha sao juris e premeiam os amigos. e os premios sao so para alguns.
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