1/30/2005

Farpas Verdes CXLIX

A pretexto da decisão do ministro do Ambiente de pretender relançar a construção da barragem de Odelouca - ao arrepio das leis ambientais e da suspensão do financiamento da União Europeia por razões conservacionistas -, gostaria de salientar o absurdo da gestão dos recursos hídricos em Portugal.

Não é preciso frisar que o Algarve é a região do país com menor disponibilidade hídrica e, portanto, também mais sujeita aos períodos de seca. Apesar disso, mantém uma estratégia absurda de consumos de água e de afectação de alguns dos poucos recursos subterrâneos de que dispõe - por exemplo, pelo que sei foi autorizado a construção de um campo de golfe sobre o aquífero de Querença.

Na semana que passou, estive como comentador num debate sobre a Agenda XXI em que se discutia as questões do saneamento básico. Uma das comunicações foi feita por um técnico da empresa Águas de Portugal que, entre outros aspectos, apresentou as diferentes tarifas de água para consumo humano no país. Primeira pergunta: quais as regiões com tarifas mais baixas? Resposta: Alentejo e Algarve. Segunda pergunta:quais as regiões com menores recursos hídricos? Resposta: Alentejo e Algarve. Terceira pergunta: Isto faz algum sentido? Resposta: Sim, mas somente em Portugal!

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