8/03/2005

Farpas Verdes CCLXIV

Finalmente, saiu o relatório da Direcção-Geral dos Recursos Florestais - que desta vez passou de semanal para quinzenal - com os valores até ao dia 31 de Julho. Arderam, até agora, 68.290 hectares - um valor que é preocupante e que, quase por certo, fará com que o ano de 2005 continue a trista sina deste século: uma área anual ardida superior a 100 mil hectares.

Contudo, provavelmente, a generalidade da comunicação social irá chamar a atenção ao facto da área ardida ter diminuído em relação ao ano passado e ao de 2003 , esquecendo um aspecto crucial: Agosto e Setembro são «meses-supresa». Por exemplo, em 2003, o primeiros sete meses do ano representaram apenas 23,1% do total; em 2004 representaram 81,2% do total (fomos «salvos» pelo São Pedro; se se recordarem, em Agosto do ano passado chouveu bastante).

Por isso, torna-se complicado prever aquilo que acontecerá este ano. Se aplicarmos a relação ocorrida em 2004, teríamos para este ano uma área ardida de cerca de 84 mil hectares; se aplicarmos a de 2003 teríamos 295 mil hectares. Um intervalo tão grande que demonstra que estamos à mercê da sorte.

Aliás, bem demonstrativo desta situação é olhar para um pequeno pormenor: quase 40% da área ardida este ano foi causado por uma dúzia de incêndios que eclodiram em apenas três dias (entre 19 e 21 de Julho), que destruíram cerca de 25.500 hectares. Quantos dias destes teremos até ao final do ano?

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