4/05/2005

Farpas Verdes CCIV

Lembro-me que, em 2002, escrevi uma reportagem na revista então mensal Grande Reportagem sobre o litoral alentejano, onde além de referir as pressões imobiliárias sobre aquela região, revelava que o Supremo Tribunal Administartivo tinha considerado o PROTALI ferido de nulidade. Juridicamente, é inexistente. Desde essa altura nada foi feito - ou para corrigir a portaria ferida de nulidade ou para rever o regulamento, prometido há não sei quantos anos. O tempo passa, as coisas esquecem-se, mas os interesses nunca morrem (vd. Herdade da Vargem Fresca, em Benavente).

Por isso, é com apreensão que recebo um mail de um leitor com o seguinte aviso:

Venho somente alertar para dois projectos que estão em consulta pública durante mais alguns dias. Trata-se de uma urbanização turística e de um campo de golfe para a zona das Fontaínhas, cerca de 5 km a norte de Melides.
Entendo como desejável que a magnífica costa que vai de Tróia a Sines seja turísticamente aproveitada. Mas temo que, sob a capa de turismo sustentável e amigo do ambiente, estejamos a estragar aquele magnífico litoral.
Em Janeiro, se não me falha a memória, saiu um artigo no Público sobre um empreendimento que julgo ser este...coitado do Suiço que não o deixam construir este empreendimento de qualidade e amigo do ambiente.

O PROTALI está em revisão há imenso tempo ... o que se tem feito?. Deverá ser este o instrumento que deve ter a visão de conjunto. Não basta dizer que os projectos são de qualidade...até porque a soma de vários projectos de qualidade não significa automaticamente qualidade. Pelos jornais ouve-se falar em vários projectos para aquela área.
É o PROTALI o momento adequado para promover a participação das pessoas, em especial dos locais.

Confesso que me faz uma certa confusão ver o estado da Praia de Melides (que depois de há uns anos se terem demolido as barracas pouco mais se fez) ou da Praia de Sto André e depois ver investimentos noutras Praias (classificadas como no POOC para terem uma carga menor) que acabam por favorecer o aumento do número de pessoas.

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