5/22/2007

O grande democrata

Chamam-me a atenção deste post do já inefável assessor governamental João Morgado Fernandes, no Still Kissin' em que zurze no MPT - Movimento Partido da Terra (por se ter queixado ao Tribunal Constitucional por causa da data das eleições) e questiona, democraticamente: «o MPT quer concorrer em Lisboa para quê?», reformulando ainda com um «porque tenho eu, cidadão eleitor banal, ter que aturar as taras de uns exibicionistas que, gastando o dinheiro dos meus impostos, acham que têm umas ideias sobre a coisa?».

Fazendo uma prévia ressalva para dizer que nunca votei nem votarei no MPT (não o fiz nem quando Ribeiro Telles lá estava), parece-me, em todo o caso, que o assessor de imprensa JMF tem um estranho conceito sobre democracia e uma falta de respeito pelos pequenos partidos . Não é mal que só ele padeça. Outros tiveram a mesma patologia - patologia que já foi fatal para o Partido Socialista em... Lisboa.

De facto, em 2001, João Soares não quis aceitar a coligação com o MPT exactamente pelas razões aduzidas por JMF. Não precisava de uma ninharia de votos. Pois, bem, de facto, nessas eleições, o MPT teve uns míseros 1.347 votos - isto é 0,43%. Porém, oh desgraça de João Soares, esses votos teriam sido suficientes para ter vencido Pedro Santana Lopes (vejam aqui os resultados no STAPE), já que a diferença entre os dois foi de apenas 856 votos. Aliás, se Pedro Santana Lopes não tivesse vencido as eleições porventura Lisboa não estaria a atravessar a situação actual. Talvez Santana Lopes não tivesse sido primeiro-ministro. Talvez o Governo não tivesse sido entregue numa bandeja a José Sócrates. Talvez JMF não fosse agora assessor de imprensa de um ministro depois de ter estado ao serviço do Governo na direcção de um jornal...

Nota: Segundo post seguido sobre o João Morgado Fernandes parece dar a entender que tenho alguma coisa contra ele. Pois bem: tenho, por esta razão.

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