5/22/2007

Uma reorganização para o caos

A reorganização da gestão das áreas protegidas através da nomeação de cinco super-directores que passam a ter sob sua alçada um conjunto de parques e reservas já está a suscitar, como seria expectável, reacções negativas, como mostra hoje o Diário de Notícias. Ou seja, os autarcas já estão a criticar - e, desta vez, bem.

A maior crítica (e provavelmente a essencial) que se pode fazer a esta medida do Ministério do Ambiente prende-se exactamente com a menorização simbólica das áreas protegidas nas respectivas regiões. Ao deixarem de ter director residente, perde-se imediatamente influência junto dos autarcas e aceitação junto das populações. E isto porque a gestão de uma área protegida, sobretudo daquelas que são mais humanizadas, tem muito de proximidade para ser bem sucedida. Não significa que ter um director residente seja sinónimo de proximidade - aliás, em muitos casos não houve, razão por que houve muitos insucessos na maior parte dos casos. Obviamente que qualquer dos novos super-directores pode ter a capacidade inaudita da ubiquidade, solucionando esse problema. Mas sabe-se que é humanamente impossível, porque, por regra, terão, cada um, mais de cinco áreas protegidas. E sobretudo no caso das zonas húmidas que, ao contrário dos outros super-directorias, terá as áreas protegidas disseminadas ao longo do país.

Poder-se-á, em todo o caso, optar por delegar essa função de proximidade numa espécie de chefe de divisão em cada uma das áreas protegidas. Porém, não será a mesma coisa e seria absurdo.

Na verdade, se a intenção do Ministério do Ambiente era acelerar os despachos do ICN por ser complicado o seu presidente receber, em tempo útil, todos os anteriores directores das áreas protegidas, então poder-se-ia ter criado à mesma as super-directorias (com uma base estritamente regional), mantendo os directores, que com eles despachariam. É certo que, com isto, criavam-se mais cinco jobs, enquanto que com a actual solução até se emagrecem cerca de uma dezena (já havia duas ou mais áreas protegidas geridas apenas por um director). Mas seria mais vantajoso a todos os níveis. Na minha opinião, dentro de muito pouco tempo esta opção será abandonada. É mais uma experiência que vai custar ao património natural e financeiro do país.

2 comentários:

Anónimo disse...

O post que reproduzo em baixo é muito curioso. JPP bate na RTP por alegada manipulação, mas ele próprio frisa que a senhora da DREN é militante do PS... e ignora que o professor é... militante do PSD.

RTP, noticiário das 13 horas: uma pequena peça sobre o processo do professor do Porto que disse uma frase jocosa sobre José Sócrates e foi punido pela zelosa DREN, uma conhecida militante do PS do Porto. A peça estava escrita numa linguagem um pouco confusa e usava um vocabulário bizarro, sempre á volta de um inuendo: o que o professor disse terá sido mais grave do que o que se diz que ele disse. O inuendo é sugestivo, a linguagem rebuscada da peça pode ser apenas incompetência. O que não é incompetência é a frase com que se termina e que aqui reproduzo ipsis verbis: "o professor não quer falar sobre o assunto porque provavelmente já falou demais." Interessante "jornalismo"...

Anónimo disse...

Segundo o DN de hoje, o tal do prof Charrua terá contado uma piada, sem graça nenhuma, envolvendo licenciaturas via fax. Segundo o 24 Horas, terá chamado filho da puta a Sócrates, em público, de forma repetida. Interesante, não é?