Isto aconteceu-me depois de ler o seguinte no Diário de Notícias de hoje: «A doação do quartel dos Bombeiros Voluntários de Monção à Câmara Municipal, a troco de uma compensação de 308 mil euros, poderá ser a solução para assegurar a continuidade daquela associação humanitária, a braços com uma "grave crise" económica» (vd. aqui versão completa do disparate).
Nota séria: Até se compreende a imaginação dos bombeiros de Monção, que chega a este tipo de delírios para arranjarem uma escapatória ao buraco financeiros que eles próprios criaram (a construção do quartel estava inicialmente orçada em um milhão de euros, dos quais quase 600 mil comparticipados pelo Estado e pela Câmara de Monção, mas a obra acabou por derrapar em meio milhão de euros, segundo o DN). Contudo, já não se compreende, nem é admissível, que um jornalista não saiba que jamais se pode falar de «doação (...) a troco de uma compensação». Um jornalista não deve transmitir aos leitores todos os disparates que ouve ou que lhe impingem. Caso contrário, é um mau profissional.
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