4/27/2004

Farpas Verdes LXII

Existe uma alegria amarga na decisão do Supremo Tribunal Administrativo em decretar a suspensão das obras do túnel do Marquês do Pombal. Alegria por o esforço de cidadania de José Sá Fernandes ter sido coroada de êxito e estancado a habitual político de facto consumado de que tudo vale mesmo que se atropelem os elemantares princípios de participação público e de legalidade. Amarga porque a situação das obras do túnel - um túnel não apenas inútil e oneroso, mas inseguro e contraproducente em termos de tráfego urbano - está a transformar a zona do Marqês de Pombal ainda mais caótica. Além disso, constata-se, por este exemplo, que caso houvesse maior cidadania - sobretudo que houvessem mais Josés Sá Fernandes na nossa advocacia -, porventura mais projectos similares acabariam também por parar. O Ministério Público bem que poderia e deveria desempenhar esse papel.

De qualquer modo, prefiro uma alegria amarga do que uma tristeza amarga, como diriam La Palice.

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