Farpas Verdes LXIV
Penitencio-me por, há dias, o Presidente da República por ter dado uma estocada no ministro do Ambiente quando este anunciou, em jogada serôdia e propaganística, 5 milhões de euros para o Tejo Internacional e zonas adjacentes. No dia seguinte, após a entrega de um documento dos ecologistas e várias personalidade para que a discussão sobre a revisão da REN e da RAN se faça de forma transparente, Jorge Sampaio logo disse que «o país não pode ser uma reserva total, de norte a sul, que inviabilize a presença de cidadãos e o seu próprio desenvolvimento».
Pensava eu que a desertificação humana do interior, a falta de condições de saúde, de emprego, de cultura, de ocupação dos tempos livres. Em suma, a ausência de meios e instrumentos de política de desenvolvimento sustentável no interior tinham causas mais estruturais. Mais políticas. Não, afinal a culpa é da REN e da RAN. culpa é da «reserva total, de norte a sul» que afasta o desenvolvimento e os cidadãos. Poupe-nos, senhor Presidente da República. Como amigos como ele, o ambiente nem precisa de inimigos.
4/17/2004
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