3/14/2005

Farpas Verdes CXC

Ontem, o impagável presidente da autarquia de Gondomar, Valentim Loureiro, surgiu a zurzir no seu próprio partido por não ter aprovado o prologamento do Metro do Porto até ao seu concelho e fazendo «olhinhos» ao novo Governo.

Convém dizer que, a ser aprovado este projecto, pelo menos nos moldes em que há uns poucos anos vi a localização das estações, este é um daqueles despudorados casos de especulação imobiliária. A fotografia aérea onde estavam inseridas as estações mostrava coisas interessantíssimas: na malha urbana - com construções consolidadas e, portanto, com pessoas a necessitar de transporte - não havia sequer uma estação; estas estavam localizadas em áreas rurais, bem longe das zonas urbanas. Ou seja, estavam no «fillet mignon» para qualquer construtor civil.

A ser construída aquela linha, o Estado paga uma obra que em vez de servir a população já instalada, implicará sim a criação (à borla) de enormes mais-valias em terrenos para a construção civil. Enriquecem uns tantos e as populações para beneficiarem daquela obra pública ou andam umas boas centenas de metros ou compram um dos novos andares, que serão mais caros por terem um metro à porta. É assim que se enriquece em Portugal. É para isto que servem os investimentos em transportes públicos.

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