3/01/2005

Derivações ambientais X

Encontrei a descrição da procissão para fazer chover, relatada ipsis verbis num dos número de Gazeta de Lisboa de Abril de 1750. Reza assim:

«A falta de água que padece as terras e os receios de uma infeliz colheita levaram o Cardeal Patriarca a recorrer ao Céu para alcançar este preciso e desejado benefício, mandando fazer preces públicas por todas as terras do seu Patriarcado. As religiões as fizeram, sainda em procissão com as imagens mais devotas e algumas com penitências. Os cónegos de São João Evangelistas com a imagem milagrosa da Nossa Senhora do Vale; os religiosos da Santíssima Trindade com a do Senhor Jesus (um dia caiu do coro, mas ficou inteira; os religiosos carmelitas desclaços com a da Nossa Senhora do Carmo; os terceiros com a da Senhora do Patrocínio; a irmandade do Senhor de Santa Justa com a do Senhor preso à coluna; e a dos Passosde Nossa Senhora da Graça com a sagrada e devotíssima imagem do Senhor com a cruz às costas, que se depositou dois dias na Basílica de Santa Maria. Sua Eminência a visitou, implorando frevorosamente de joelhos essa mercê, acompanhando com lágrimas (...).»

Será preciso dizer que, depois disto, a Gazeta de Lisboa acrescenta que choveu copiosamente?

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