2/28/2005

Derivações ambientais (e teológicas) IX

Em Évora, uma procissão para pedir chuva foi cancelada, este fim-de-semana, por causa da queda de chuva. A cena seria de filme cómico, se não fosse já a organização de uma procissão o ser em si mesmo. Ainda se compreendia que, por exemplo, até ao século XVIII se fizessem este tipo de pedido (tenho, aliás, uma descrição fantástica de procissões ralizadas em 1750 organizadas então pelo patriarca de Lisboa), mas faze-lo agora é caricato.

No entanto, façamos uma discussão teológica sobre esta questão. Admitamos que Deus , perante uma seca e face aos pedidos, fazia chover. Ora, isto significava face à situação de seca que teriamos um Deus que seria ou negligente - esquecendo de fazer chover - ou castigador - provocando a carência de chuva - ou caprichoso - «exigindo» preces especiais para dar chuva. Ora, como não acredito que seja nenhuma destas situações, julgo que Deus terá mandado chover por irritação: não se invoca o Seu nome em vão e, portanto, abortou essas preces.

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