2/14/2005

Farpas Verdes CLXVI

O Instituto da Água está, final mas tardiamente, a acordar para o facto de estarmos perante a iminência de uma seca gravíssima. Os sinais já estavam lançados no final de Dezembro do ano passado, agravaram-se com a precipitação de Janeiro passado, que se mantém agora no presente mês.

Nas Farpas Verdes CL, de 1 de Fevereiro, alertava para a surpreendente minimização da situação que o Instituto da Água manifestava e referia mesmo que os cálculos que eles apresentavam da capacidade de armazenamento serem enganadores, porquanto se deveria ter em consideração o volume morto das albufeiras.

Agora que a porca está a torcer o rabo, surgem as medidas de mitigação. Mas, mais uma vez, não se conta a história toda. Os maiores consumos de água são, de longe, os da agricultura. Pode haver água suficiente para o consumo humano, mas é bom que se comece a inculcar nos agricultores que, em algumas regiões, este ano vai ser para esquecer no regadio.

Por fim, um curto comentário. O presidente do Instituto da Água considerou que as questões da qualidade da água «não se afiguram preocupantes», porquanto «a qualidade da água nas albufeiras, mesmo com estes volumes armazenados [a baixo da média], é idêntica à do ano passado». Pois é, só que no ano passado, como nos outros anos, a água da generalidade das nossas albufeiras já é má.

P.S. Recordo que se encontra em curso aqui ao lado uma pequena sondagem para avaliação do comportamento do Governo em relação ao actual espectro da seca - cada vez menos espectro e mais seca.

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