3/29/2005

Farpas Verdes CXCIX

A atitude dos administradores da Vicaima perante o protesto pacífico da Greenpeace e da Quercus foi um triste exemplo deste país dos brandos costumes (ainda) salazarentos. Se eu, porventura, fosse um cliente da Vicaima com consciência ambiental talvez ainda desse o benefício da dúvida sobre se as importações de madeira eram de cortes legais ou ilegais. Mas perante o comportamento caceteiro de um dos administradores desta empresa, não teria dúvidas em lhes retirar a confiança. Quem assim se comporta perante as pessoas, está certamente «marimbando-se» para a floresta amazónica.

Por outro lado, a atitude da GNR de Vale de Cambra é também censurável. Leio, nas notícias, que o administrador da Vicaima não respondeu hoje em tribunal por alegadamente as agressões a um ambientalista e ao operador de câmara da SIC não ter sido observada em flagrante. A imagem que foi captada mostra bem a presença dos GNR no local e no momento da agressão. A nossa GNR da província continua a ser a paladina da máxima: sê forte com os fracos; sê fraca com os fortes.

Por fim, este tipo de acusações dos ambientalistas não são novidade. Seria, talvez, já hora de as autoridades nacionais - ambientais e das alfândegas - esclareceram uma vez por todas se, de facto, há ou não tráfico de madeiras exóticas e como é feito esse controlo. É que as quantidades não são nada displicentes.

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