1/30/2004

Farpas Verdes XIV

Tenho a impressão que já deve haver raízes genéticas na Península Ibérica que justifica a propensão de Portugal e Espanha a serem exploradores. Ou melhor, a explorarem. Nos séculos passados, exploraram outros continentes, por vezes até ao tutano.

Agora, que se acabaram as colónias, mantêm o seu espírito de exploradores, de depauperadores do ambiente. Isto surge a propósito das posturas de duas altas individualidade ibéricas em relação ao protocolo de Quioto. Há duas semanas, o nosso ministro Amílcar Theias disse que não podiamos ser "mais papista do que o Papa" em relação ao cumprimento das emissões de gases de efeito de estufa. Hoje, a comissária dos Transportes da União Europeia, a espanhola Loyola del Palacio, veio defender que a União Europeia devia mudar a sua política neste sector se a Rússia não ratificasse o Protocolo de Quioto.

Ainda bem que estamos integrados na União Europeia, pois caso contrário o eixo Madrid-Lisboa, cada vez mais com uma postura neo-liberal selvagem, daria cabo do nosso futuro. Ainda bem que estamos integrados num núcleo de países que escolheu para comissária do Ambiente uma pessoa como a sueca Margot Wallstrom que tratou de colocar Loyola del Palacio - e por tabela Amílcar Theias - no devido lugar, afirmando achar "espantoso que responsáveis políticos lancem mensagens ambíguas num momento em que a indústria e a opinião pública estão preocupadas com as consequências do sobre-aquecimento do clima". Nem mais!

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