5/12/2005

Farpas Verdes CCXIX

O caso da Herdade da Vargem Fresca está longe de ser um caso isolado no país e, sobretudo, em Benavente. Este concelho é, aliás, um excelente repositório de trafulhices e esquemas para a implementação de projectos à margem da lei que devia seguir de estudo para alunos de direito e de urbanismo. A poucos quilómetros de distância da herdade da Portucale, cresceu um empreendimento denominado Mata do Duque que usou o famoso esquema das quintinhas - com a bênção e o beneplácito da autarquia de Benavente. Próximo, nasceu o empreendimento de Vila Nova de Santo Estevão, aprovado através de um diploma que estava revogado e que envolveu também cortes de sobreiros. Todos estes projectos fizeram correr muita tinta e apenas um processo judicial: por sinal, contra mim - que, como já disse anteriormente - foi arquivado pelo Ministério Público por claramente confirmar que todas as denúncias que fazia eram verdadeiras. Se o eram, pena tenho que os responsáveis não tenham sido investigadas.

Curiosamente, o motivo que me levou há anos - comecei no já longínquo ano de 1998 - a investigar estes projectos foi o de ter constatado um «estranho» fenémeno: Benavente, um concelho marcadamente rural, tinha registado um crescimento «anormal» dos valores de sisa entrados nos cofres da autarquia. Ou seja, significava grandes transacções de terrenos, prenúncio de grandes projectos imobiliários. Estas «coisas» são como uma doença: dão os primeiros sinais antes de se manifestarem em toda a sua destrutiva força.

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