5/13/2005

Farpas Verdes CCXX

Quase dois meses depois da entrada em funcionamento do novo Parlamento, lembrei-me que - pode ser distracção minha -, os deputados do Movimento Partido da Terra não deramainda sinais de vida. «Culpando», eventualmente, a comunicação social por não estar atenta à intensa actividade do MPT - até porque em comunicado este partido prometia em 28 de Fevereiro que com eles «a Ecologia Política não será a mesma» -, fui então ao seu site ver o que andam fazendo.

Pois bem, os dois deputados do MPT já fizeram muito trabalho. Anteontem anunciaram que vão «entregar ao Conselho Administrativo da Assembleia da República uma proposta tendente à introdução, quer nos três refeitórios do Parlamento, quer na creche da A.R., de um “menu biológico”». E ontem «preocupados com a segurança e a paz de espírito dos peregrinos que caminham para Fátima», propuseram «que esta localidade seja uma das primeiras de Portugal a ser abrangida por uma rede nacional de percursos pedestres e cicláveis».

Até concordo que estas duas propostas são de cariz ambiental, mas estão a milhas, a anos-luz das prioridades da política ambiental - a segunda é, sim, uma questão de segurança rodoviária - e, pior do que isso, facilmente são rotuladas de «ecologismo folclórico».

Se o MPT quer fazer este género de propostas deveria previamente trabalhar para ter um estatuto de credibilidade em assuntos prementes da política ambiental. Senão torna-se uma espécie de Partido Ecologista Os Verdes. Até agora nada se vê na sua sua intervenção em assuntos prementes, como seja a seca, a prevenção dos fogos florestais, o urbanismo, o ordenamento do litoral, etc., etc., etc..

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