5/06/2005

À Margem Ambiental LXIV

José Sá Fernandes anunciou ontem à tarde a sua candidatura como independente à Câmara Municipal de Lisboa. E eu, pela primeira vez, acedi a subscrever uma lista pública de apoio a uma candidatura política. Fiz, por várias razões:

a) Sá Fernandes corporiza o modelo de intervenção cívica que está muito longe de se restringir ao caso túnel do Marquês e mesmo à esfera territorial do concelho de Lisboa. Para quem sempre quis, nas suas acções, atalhar que os responsáveis políticos fizessem mal, acho bem que queira agora, em concreto, fazer bem.

b) O manifesto eleitoral de Sá Fernandes toca nos aspectos essenciais dos «cancros» da cidade de Lisboa: uma capital «rendida» aos interesses imobiliários, sem projectos estruturantes, que reduziu a sua população devido sobretudo à especulação imobiliária, que perdeu os laços de solidariedade, que se tornou uma cidade feia.

c) O circulo de apoios que, para já, Sá Fernandes congrega mostram bem a abrangência desta candidatura: desde Ribeiro Teles até António Barreto, passando por individualidades da cultura e da arquitectura e da ciência, com diversos quadrantes e sensibilidades políticas. Isso demonstra, mais que tudo, que esta candidatura poderá ser uma pedra de toque para o necessário passo em frente da democracia: ou seja, terminar com partidocracia do regime democrático português.

d) O meu apoio - humilde, tendo em conta o leque de individualidades que assinou o manifesto - deve-se também ao facto de, actualmente e desde há uns meses, não estar no activo em termos jornalísticos. Se assim não fosse, mesmo subscrevendo as alíneas anteriores, não poderia dar o meu apoio público.

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