5/11/2005

Farpas Verdes CCXV

Telmo Correia, antigo ministro do Turismo, disse há pouco na TSF que assinou o despacho da Herdade da Vargem Fresca por um «critério político», de «boa-fé» e cumprindo a «legalidade».

Ora, o critério político é um saco muito grande que permite confessar implicitamente que não existe critério económico, nem social, nem ambiental por detrás. A boa-fé é um argumento irrelevante como justificação, porque estou ainda para ver um político a admitir que actou de má-fé. Quanto à legalidade, havemos de saber se «imprescindível utilidade pública» é compatível com a construção de um empreendimento que estaria vedado ao público por ser privado.

Independentemente das questões de tráfico de influências - e saber os benefícios desse tráfico (alguém julgará que não existem? que foi apenas pelos lindos olhos do Espírito Santo?) - julgo que há aqui matéria de ilegalidade. Os três antigos ministros cometeram uma ilegalidade no exercício das suas funções e deveriam, assim, ser também responsabilizados civil ou criminalmente por isso...

Sem comentários: