Farpas Verdes XLIX
Hoje foi Dia Mundial da Floresta. Plantaram-se umas árvores, fizeram-se umas festarolas, houve uns passeios e... um incêndio florestal. Na manhã de hoje, eclodiu um incêndio em Osso da Baleia... em mata nacional.
Este ano, perante a inexistência de nada de novo, vai ser mais do mesmo. Não tenham dúvidas que estamos, mais uma vez, entregues aos caprichos do São Pedro. Se o Verão for seco - e o Inverno já deu um sinal - é certo e sabido que só haverá garantias de não arder o que ardeu no ano passado.
Nos últimos meses, muito se prometeu. Prometeu-se o cadastro florestal, prometeu-se legislação para evitar o absentismo na gestão florestal, apoios para a gestão florestal. Apenas avançou o imposto sobre a gasolina para um fundo florestal que não se sabe para que vai servir. Provavelmente para indemnizar os proprietários das áreas ardidas deste anos.
O primeiro-ministro veio agora prometer 40 milhões de euros (8 milhões de contos) para a prevenção dos fogos florestais. Mas sabe-se que essa verba será quase desviada em exclusivo para a parte do combate, como sempre acontece. Continua também por ser reequacionado o negócio obscuro da contratação dos meios aéreos.
Enfim, pode ser que este ano não arda mais 400 mil hectares de floresta. Mas é certo que lá haveremos de chegar aos habituais 100 mil hectares da média do último decénio. Aos poucos, a floresta nacional - se é que a temos - vai desaparecendo.
3/21/2004
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