8/05/2006

Avaliação - dia I

À laia de «avaliação» deste primeiro dia em que as condições meteorológicas foram adversas, constato que todos os incêndios, com excepção óbvia dos que ainda evoluem, foram extintos em menos de 24 horas, o que pode considerar-se positivo, embora por regra, olhando os anos anteriores, a situação apenas se complica a partir do segundo ou terceiro dia consecutivo de temperaturas elevadas e humidade relativa baixa. Em todo o caso, o número de incêndios que surgiram no site do SNBPC foi superior ao dos dias anteriores, o que mostra que a capacidade da primeira intervenção terá piorado. Outro aspecto que merece relevância foi a maior rapidez de mobilização de meios (evidente no caso do incêndio de ontem em Mação). No entanto, continua a subsistir o problema crónico do combate aos incêndios em Portugal: a relação auto-tanques/bombeiros continua a ser, pro regra, de 1/3 a 1/4, o que significa que quase não existe intervenção sem uso de água.

Já agora, se este fogo, em Aguiar de Sousa (Paredes) começou mesmo aqui, pelas 17h30 de ontem, como foi possível que se tenha descontrolado, ao ponto de estar activo ainda esta madrugada e com a intervenção de mais de 160 bombeiros? Coloco a hipótese de a localização estar inexacta (como cada vez mais desconfio em relação ao «moderno» sistema do SNBPC), mas por isso mesmo seria bom que houvesse maior rigor e sobretudo uma avaliação dos métodos de combate usados pelos bombeiros, mesmo quando os fogos são rapidamente circunscritos.

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